O grande vencedor de ontem

Rui Costa, campeão do mundo de ciclismo

A burra a mijar para trás

“Para trás mija a burra”, um ditado de profundo conteúdo cultural usado na terra do atual primeiro-ministro, que fez questão de o trazer para o dia a dia da recente campanha eleitoral, enriquecendo o léxico politico português, tão carente de ideias e imagens novas.

É certo que não são apenas as burras que mijam para trás: As vacas, as éguas, as mulas, as ovelhas, as cabras, para só falar em animais domésticos, também mijam para trás. Mas convenhamos que dizer “para trás mija a égua”  não tem a mesma profundidade de “para trás mija a burra”, desde logo porque a égua não é burra…

Por falar em burros, ainda bem que o Ministro Da Administração Interna avisou que os resultados eleitorais podiam chegar atrasados. Não se podem queixar, perceberam?

Tipo fino, hã!

Reflexão

"Bruxelas vê segundo resgate como "largamente inevitável"

O nulo

Resido no concelho de Sintra. Durante três longuíssimos mandatos, Fernando Seara foi o presidente da câmara.

Foi um presidente meramente burocrata. O seu principal trunfo, talvez o único, é ser adepto do Benfica, mas, mesmo aí, o Benfica merecia melhor do que um comentador enguia, que nem de Vale e Azevedo se distanciou.

Na sua passagem por Sintra, o tempo parou. As únicas obras de que Seara se orgulha foram as desencadeadas pelos diversos governos, sem qualquer contributo da autarquia: alargamento do IC19, abertura da A16, reestruturação das estações da CP da linha de Sintra, Polis do Cacem, tudo obras de iniciativa da Administração Central. 

Da iniciativa de Seara não há nada. Um zero à esquerda.

Para um residente do concelho de Sintra, as críticas que Fernando Seara tem feito à gestão municipal de Lisboa são ecos de um cinismo atroz. Quem nos dera estar como Lisboa...

Cavaco, o inconstitucional

A protecção descarada do presidente da república a este governo leva-o a homologar de olhos fechados normas notoriamente inconstitucionais que a maioria PSD/CDS cozinha a seu bel-prazer.

A parcialidade do presidente na defesa da coligação que nos governa já não é surpresa para ninguém e o chumbo doTribunal Constitucional a uma norma onde o presidente não enxergou indícios de inconstitucionalidade, é mais uma prova disso.

Foi ele que desencadeou a crise que havia de levar esta coligação ao poder e, desde então, sempre a tratou com paninhos quentes, afrontando a constituição que jurou defender e culminando na triste figura que fez ao dar posse a uma ministra das finanças enquanto Paulo Portas se demitia irrevogavelmente, dizendo cobras e lagartos da empossada e do próprio primeiro-ministro.

Em vez de demitir o governo, como devia, Cavaco quis dar mais força aos partidos da coligação e mandou-os falar com o PS, enquanto ia anilhar umas cagarras para as Selvagens. Dias depois, com a mesma cara de pau, estava a dar posse ao "novo" governo, formado pela mesmíssima coligação...

Não foi apenas Passos Coelho que pactuou com a farsa encenada por Paulo Porta. A farsa de Cavaco Silva não lhe ficou atrás e é ainda mais perturbadora, porque se humilhou, envergonhando o cargo que ocupa para proteger uma coligação que se atraiçoa interiormente e não hesita em pôr em risco a estabilidade política para satisfazer projectos de poder pessoal.

A reforma dos municípios

Ao fazer crer que a reforma do estado se conseguia cortando salários e pensões, este governo viciou uma discussão necessária e urgente, apenas conseguindo empobrecer o país. A reforma do estado continua por fazer.

A reestruturação dos municípios, cujo figurino foi moldado em meados do século XIX, não tendo qualquer adequação à realidade socio-económica actual, é provavelmente a parte fulcral dessa reforma. Há uma certa unanimidade quanto a isso,

Porém, enquanto os partidos - todos - usarem os municípios como reserva de emprego das suas clientelas, ninguém parece disposto a dar o primeiro passo. 

O panorama é desolador. A maioria dos municípios não tem dimensão nem massa critica para o desenvolvimento de um saudável poder democrático, mas nem com a ajuda da Troica foi possível beliscar o acomodado, conservador e. ultramontano poder autárquico.

As eleições que aí vêm são apenas um ritual de preenchimento de empregos. Os chamados independentes, que na maioria são independentes porque os respectivos partidos escolheram outros candidatos, fazem parte do mesmo problema e, pelo que se conhece, não patrocinam qualquer projecto de mudança. 

Cratinices, aselhisses e sacanices

O zig-zag do ministro Crato com o tira e põe do ensino do inglês evidencia a desorientarão que grassa no governo. Não há estratégia, anda tudo ao sabor do vento.

Nas finanças, limitam-se a seguir as orientações dos técnicos da Troika, sem o mínimo respeito pelo interesse do país.

Na justiça, o PSD colocou uma militante radical que gosta de se ouvir, mas só acerta quando se cala.

Ao invés, para a administração interna escolheu uma personagem de aparência sensata, afinal apenas um disfarce da incompetência que a desastrosa época de incêndios pôs a nu.

Nos negócios estrangeiros está alguém tão confiável que, à semelhança de Cavaco Silva, nem consegue justificar as negociatas com o grupo BPN.

Liderados por Portas, os ministros do CDS tentam passar incólumes pelo pântano, fingindo não ver o alastrar da gangrena que a irrevogável demissão do seu chefe provocou no governo e no país.

Seria cómico se não fosse trágico. Talvez se salve a saúde, mas não é certo...

No fundo, é só hipocrisia

Nos últimos dias, Paulo Portas tem-se esforçado por nos convencer que já não estamos no fundo,

No fundo, o que pretende e que não o acusem de ser o responsável por continuarmos no fundo.

Passos Coelho, porém, vai mais longe ao apontar Paulo Portas, e a sua "irrevogável" demissão de Junho, como responsáveis pelo segundo resgate, que estará iminente e nos empurrará ainda mais para o fundo.

Paulo Portas revogou a sua demissão a troco de mais poder. Porém, enquanto internamente os partidos do governo e o presidente da república fingem que tudo se recompôs, os mercados não se deixaram enganar e os juros não param de subir.

De Belém a São Bento, a hipocrisia é a marca da degradação que ameaça o país.

Foi esta, a gente que nos trouxe aqui

António Mexia, o senhor EDP que tira e põe secretários de estado conforme as conveniências, acha que a Constituição da República se deve sujeitar aos mercados.

Só um bronco como ele diz uma asneira deste tamanho. Se fosse esperto, como Cavaco Silva, diria que se devem respeitar os mercados, não os insultando.

Porém, com mais ou menos tacto, a escola é a mesma: entre os mercados e a Constituição, para os nossos economistas e respectiva entourage prevalecem os mercados. Para eles, os direitos sociais são desvarios que é preciso "corrigir". Só quem tem dinheiro, se pode dar a esses "luxos"...

O resultado desta doutrina está à vista de todos: Lideramos o ranking das desigualdades sociais e caminhamos a passos largos para a "gaiola dourada" dos anos sessenta, quando a riqueza e o poder econômico estavam concentrados numa dúzia de famílias.

Em vésperas de eleições, uma boa parte do eleitorado parece caminhar alegremente para o precipício,

O campeonato das mentiras

A luta é renhida. Desde o primeiro-ministro, passando pelo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, parece que nenhum membro deste governo quer ficar de fora do campeonato das mentiras.
Por enquanto, a ministra as finanças parece levar vantagem, mas o  ministro dos negócios estrangeiros acaba de entrar na corrida.

Pior do século

O pior governo do século consegue a pior abertura de ano lectivo do século.

Tudo dentro das expectativas...

Assim vai a "primavera árabe"

"O ministro do Interior da Tunísia, Lofti ben Jeddou, afirmou, esta quinta-feira, no parlamento, que mulheres tunisinas foram para a Síria para fazer a "jihad [guerra santa] do sexo", aliviando as necessidades sexuais dos combatentes islamistas."

A Tunísia foi o país onde começou a chamada "primavera árabe", um movimento que o ocidente apoiou, julgando estar a ajudar a implantação da democracia nos países árabes... Seguiu-se a Líbia, o Egipto, e agora a Síria.  

Depois de muitos milhares de mortos, o fundamentalismo recrudesceu e a democracia continua a ser uma miragem.

A mentira não resiste ao tempo

Alguém, que não se acusa, é responsável pela destruição de documentos dos Swaps que estavam à guarda do ministério das finanças.

Por estranha coincidência, a ministra das finanças aparece cada vez mais como uma das personalidades que nos últimos anos se dedicaram a fazer e aprovar Swaps, quase todas afectas ao PSD. Outra estranha coincidência...

Chegados ao governo, tentaram culpar o governo de Sócrates pelos ruinosos contratos que fizeram, ou aprovaram. 

Ja inventaram mil e uma desculpas para negar as evidências, mas o azar é que são as suas assinaturas que aparecem nos documentos que não conseguiram destruir...

Foguetes antes da festa

Os anúncios da recuperação económica, que levaram o governo e até o Presidente da Republica a deitar foguetes, foram manifestamente exagerados.

Uma vez provada a perversidade das suas teorias, os defensores da austeridade começam a desertar, tornando-se difícil encontrar alguém que a defenda, fora do circulo dos que esbulham o pote. Ninguém se entende.

Com uma ministra das finanças em que não acredita, o país é uma nau sem rumo, e todas as manhãs acorda preparado para o pior.

Porém, enquanto o país se desgraça, Portas e Passos vão satisfazendo as clientelas...

O nariz da Maria Luís

"Actual ministra na comissão de inquérito: “Gostaria apenas de esclarecer que enquanto estive no IGCP não tive qualquer contacto com swaps”

A técnica do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP) que deu o parecer positivo ao swap contratado pela Estradas de Portugal foi Maria Luís Albuquerque, actual ministra das Finanças, avançou ontem o ex-presidente da empresa, Almerindo Marques, na comissão parlamentar de inquérito aos instrumentos de gestão de risco financeiro. O gestor respondia ao deputado do PCP Paulo Sá sobre o conhecimento do actual executivo sobre o recurso ao instrumento de gestão de risco financeiro. O antigo presidente da EP afirmou que a actual ministra das Finanças conhecia a operação desde o início, já que foi a técnica do IGCP que deu o parecer favorável à operação."

Como se prova por esta noticia, a actual ministra das finanças mente sem dar por isso. Pode ser doença,: De cada vez que fala, o nariz cresce...

Uma campanha pimba

 Por esse país fora o que vê e o que se ouve são adaptações  da chamada música pimba, a servir de suporte às campanhas dos autarcas. Nem se preocuparam com os direitos de autor...

Se os originais são pouco recomendáveis, as versões eleiçoeiras são miseravelmente pelintras.

"Façam-nos desaparecer

"Façam desaparecer Maduro e Rosalino que não se perde nada", diz Marcelo

Se o Portas e o Passos os acompanharem, até se ganha...

Escola pública, escola de vícios?

"A partir de terça-feira, centenas de docentes deixam a escola para, durante 11 dias, participarem na campanha eleitoral. Tudo dentro da lei. Mas há alunos que terão as aulas do primeiro período em risco."

A defesa da escola pública não pode ser um chavão para ser usado em comícios e nas manifestações dos professores. A defesa da escola pública faz-se no dia a dia nas escolas e esta noticia mostra que, para "centenas de professores", isso não é uma prioridade.

A mediatização das eleições autárquicas

Mesmo com as limitações impostas pela lei, alguns jornalistas e comentadores não  se contêm no campo da imparcialidade e utilizam as páginas dos jornais, os écrans, ou os  microfones que lhes põem à disposição como palcos de comício.

Uma  das formas  de tomar partido por determinado candidato é atacar o seu principal adversário sem nunca referir o candidato que se defende. É  cobarde, mas nem órgãos de referência como o Expresso escapam a esta vergonha. 

Cortar o crescimento, aumentar a pobreza

Quem o diz não é António José Seguro, nem Jerónimo de Sousa. É uma organização não-governamental que cita Portugal como (mau) exemplo das politicas de austeridade que estão a fazer regredir a Europa para tempos comparáveis aos das Grandes Guerras.

“... As políticas seguidas )em Portugal)estão a beneficiar apenas os mais ricos e a colocar o país em risco de se tornar num dos país desiguais do mundo.”

Portas e Passos Coelho são os responsáveis por isto, mas só depois das autárquicas é que lhes vamos ver a cara…

Festa do Avante

"A Festa é o lado solar do PCP. É aquilo que o comunismo poderia ser se durasse apenas três dias."

(Daniel Oliveira)

Frete

Desculpas, pode haver muitas: A clarificação da lei era da competência da Assembleia da Republica, os partidos teriam aprovado a lei com reserva mental, etc.

Porém, será preciso muita imaginação para “ler” na lei de limitação de mandatos a interpretação territorial a que o TC se agarrou para satisfazer  os lóbis partidários.

Esta sentença(!) , transforma a lei numa inutilidade.

Enchem-nos os ouvidos com a necessidade do combate à corrupção, mas, quando surge uma oportunidade de a combater, abrem-lhes as portas de par em par...

O dilema

O Tribunal Constitucional está entre a espada e a parede: Ou considera ilegais as candidaturas dos dinossauros autárquicos que já cumpriram três mandatos, desencadeando uma guerra com os respectivos partidos, ou as considera legais, desprezando a letra e a única interpretação útil da lei de limitação de mandatos.

Se tal acontecesse, todo o sistema jurídico seria posto em causa, sendo preferível decidir pela inconstitucionalidade da própria lei de limitação de mandatos (art. 281 da CRP).

É nestes momentos que a justiça deve demonstrar a sua independência....

Tudo em família

"Vice-presidente da Câmara do Porto acusa Menezes de não ter limites e de “falta de vergonha”

"Medidas na manga"

“Não existe nenhum tipo de medida na manga” para depois das autárquicas, garante Marco António Costa.

Marco António Costa é um moço  de recados: diz o que lhe mandam nem que para isso tenha de negar a realidade.

O pais esta farto de saber que os cortes só avançam depois das eleições autárquicas. Dizer que "não existe nada na manga" é uma grande tanga..

A guerra dos pipelines

Apesar de a Síria não ter petróleo, é o petróleo e o gás que estão no centro duma crise que começou após a assinatura do projecto de construção do chamado "islamic pipeline".

O projecto de transportar por pipeline o gás do Irão, seria muito vantajoso para a Síria e até para Europa, mas parece que desagrada à Arabia Saudita e aos seus amigos ocidentais, que nem hesitam em aliar-se aos radicais inspirados pela Al Qaeda para impedir a construção do pipeline.

Atacar a Síria na presente conjuntura seria lançar gasolina para uma fogueira. A paz não passa por aí.

'I'd have come here for a penny,'

A frase do título foi proferida por Gareth Bale, jogador de futebol que se transferiu do Tottenham para o Real Madrid por uma verba próxima dos cem milhões de euros. Um record. 

Pelos milhões que neste Verão foram desembolsados pelos clubes europeus dir-se-ia que a Europa não está em crise. Mas está,  e a loucura que parece afetar os dirigentes desses clubes é simultaneamente  um sintoma e uma consequência dessa crise.   

Falta dinheiro para as empresas se desenvolverem, falta dinheiro para a cultura, falta  dinheiro  para salários - e até se especula se não se devem baixar -, mas não falta dinheiro para o futebol. Os europeus já se aperceberam do beco sem saída em que estão metidos. O futebol é uma válvula de escape. 

Em Espanha, um em cada cinco trabalhadores não consegue arranjar emprego. Ironicamente, foram  dois clubes deste país - Barcelona e Real Madrid - que protagonizaram as transferências mais caras, Neymar e Bale. 

O provocador

Se Passos Coelho não sabe o que a Constituição da República fez pelos portugueses, e não apenas pelos 900.000 desempregados que ele atirou para o desemprego, não sabe nada. A sua mentalidade de adolescente não dá para mais.

Mas não seria possível termos um primeiro-ministro que viola sistematicamente a Constituição sem a conivência do Presidente da Republica...

Ignorante e atrevido

Mesmo recuando a 1834, não há memória de Portugal ter um primeiro-ministro tão "limitado" como Pedro Passos Coelho. Aluno tardio, arranjou uma licenciatura à pressa para disfarçar um currículo menor, mas de cada vez que abre a boca tropeça nas palavras.

Que se embrulhe com o português desculpa-se,  que remédio,  mas arvorar-se em intérprete da Constituição, contrapondo-se à interpretação dos Juízes do Tribunal Constitucional, é de um atrevimento  grotesco.  

Madrassas de Verão

As chamadas “universidades de verão” promovidas pelos partidos não são universidades, são madrassas. 

Nas universidades apela-se ao raciocínio, há discussão e contradição.

Nas “universidades de verão”  o raciocínio não é preciso para nada. Basta ter fé, como nas madrassas…