Sem explicação

Aqui chegados, nenhum socialista, com cartão ou sem cartão, percebe como António José Seguro continua líder do PS.

A tribo quer sangue

Terminada sem glória a participação da selecção  de futebol no campeonato do mundo, o circo que a endeusou desfez-se do dia para a noite.

Embora este desfecho fosse o mais provavel face às fragilidades do futebol português, jornalistas,  comentadores de ocasião e milhões de treinadores de bancada, que ontem teciam loas à selecção, já começaram a exigir a cabeça de Paulo Bento e nem o Cristiano Ronaldo se safa da perseguição descabelada da tribo que o adorava.

No circo romano, os vencidos podiam beneficiar da piedade do imperador. Aos vencidos de agora ninguém pode valer.

Sem passado

António José Seguro e alguns que o acompanham na luta pela manutenção do poder no aparelho do PS têm vergonha do passado do PS, e acusam a oposição interna liderada por António Costa de querer regressar a esse passado.

António José Seguro é um produto  genuíno do pior que a democracia produziu: O carreirismo politico que se inicia nas juventudes partidárias e vive à sombra do despectivo partido, ou, mais rigorosamente, à custa dos contribuintes. Não tem qualquer passado de que possa orgulhar-se.

Esta gente, de que Passos Coelho e António José Seguro são exemplos acabados, não tem ideologia, essa coisa complicada que exige respeito pelos valores  e a defesa de  algo mais do que o lugarzinho no partido.

Esta gente, nada e criada nos meandros pantanosos dos aparelhos, apenas se preocupa em controlar as respetivas estruturas, e todas as suas diligencias vão no sentido de perpetuar o poder dentro do aparelho. Para eles, o principal inimigo é quem ameaça esse poder, não são os outros partidos.

A estes burocratas sem  passado, que não representam  nada, nem ninguém, de nada interessa a história ou a ideologia dos respetivos partidos. Entrincheirados na defesa do seu aparelho, renegam tudo, como se o mundo tivesse começado com eles.

Uma praga para a democracia. 

Afinal, quem é o vilão?

Para além do futebol, os destaques do dia vão para a morte de Eli Wallach, o vilão de “Os Sete Magníficos” e de “O bom o mau e o vilão”, e para Cristina de Bourbon, irmã do rei de Espanha, acusada de fraude e branqueamento de capitais.

É fácil identificar o vilão nos filmes de cowboys. No dia-a-dia é mais difícil…

Milagres da medicina

"A IGAS detectou existirem médicos escalados para as urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e que estariam, ao mesmo tempo, a operar em hospitais privados"

O "milagre" já está no Ministério Público (MP) para confirmação...

Ladrões de São João

“Uma carrinha com 3,8 toneladas de sardinhas congeladas foi roubada da lota de Matosinhos.”

A sardinha não tem chip. Quem a tem chama-lhe sua…

Os burros nunca mudam

"Beto e William Carvalho não atiram toalha ao chão"

Mas só entraram porque os "titulares inamovíveis"  se aleijaram...

Por linhas tortas...

O Espírito Santo é uma divindade invisível e inspiradora. Está presente em todo o lado e nada acontece sem o seu beneplácito. Nomeações de ministros, privatizações, a vinda da Troika, para tudo se invoca a benção do Espírito Santo, que não se faz rogado a distribuir graças a quem se lhe encomenda.

Se, por vezes, se confunde com o espírito do mal, isso deve-se à mania de escrever por linhas tortas, mas tem sempre um escrivão para as pôr direitas antes de chegarem ao paraíso, que até pode ser no Luxemburgo.

Porém, mesmo para o Espírito Santo,  há limites, pois quando as linhas ficam muito torcidas ninguém as consegue endireitar e, em vez do paraíso, acabam por cair no inferno.

Com a desculpa de não saber escrever,  culpou o escrivão e pôs toda a gente a rir. 

Em desespero de causa, pediu graças a quem as tinha dado e correu ceca e meca, mas ninguém lhe deu a mão.

“Mundial somos nós”

Salários anuais em dólares, dos treinadores das equipas presentes no campeonato do mundo Brasil 2014, segundo a Forbes:

1. Fabio Capello, Russia  $11,235,210

2. Roy Hodgson, England  $5,874,570

3. Cesare Prandelli, Italy  $4,322,010

4. Luiz Felipe Scolari, Brazil  $3,973,730

5. Ottmar Hitzfeld, Switzerland $3,745,130

6. Joachim Löw, Germany  $3,602,460

7. Vicente del Bosque, Spain  $3,386,270

8. Louis van Gaal, Netherlands  $2,738,060

9. Alberto Zaccheroni, Japan  $2,727,480

10. Jurgen Klinsmann, United States  $2,621,740

11. Didier Deschamps, France  $2,161,000

12. Paulo Bento, Portugal  $2,160,170

13. Carlos Queiroz, Iran  $2,098,060

14. Jorge Sampaoli, Chile $1,774,960

15. Jose Pekerman, Colombia  $1,678,450

16. Ange Postecoglou, Australia  $1,395,300

17. Óscar Tabárez, Uruguay  $1,258,840

18. Sabri Lamouchi, Ivory Coast  $1,037,450

19. Vahid Halilhodžić, Algeria  $1,007,070

20. Marc Wilmots, Belgium  $864,400

21. Fernando Santos, Greece  $864,400

22. Alejandro Sabella, Argentina  $818,240

23. Hong Myung-bo, South Korea $795,250

24. Luis Fernando Suárez, Honduras  $629,420

25. Reinaldo Rueda, Ecuador  $566,480

26. Jorge Luis Pinto, Costa Rica  $440,590

27. Volke Finke, Cameroon $394,440

28. Stephen Keshi, Nigeria  $392,420

29. Safet Susic, Bosnia and Herzegovina  $352,470

30. Niko Kovac, Croatia  $271,740

31. James Kwesi Appiah, Ghana  $251,770

32. Miguel Herrera, Mexico  $209,810

Comparem com os resultados…

Saída limpa...

Actividade económica cai pelo terceiro mês consecutivo

O bunker

Sampaio, Santos, Alegre e Vera pedem uma “solução mais rápida” no PS

"A atual situação interna do PS exige uma rápida clarificação, por forma a que o seu excessivo prolongamento não venha prejudicar a responsabilidade nacional do partido e a enfraquecer ainda mais a nossa já debilitada democracia".

Algo se passa num palacete rosa ao Largo do Rato. Não se ouve nada lá dentro. Terá paredes anti-som, janelas fingidas, entradas com torniquetes por causa das pressas?…
Um bunker, contra tudo e contra todos!

Entrada de leão, saída de sendeiro

“Governo recua e decide pagar subsidio de férias por inteiro”

"Uma análise mais atenta à legislação levou o Governo a alterar a estratégia em menos de 24 horas..."

Por outras palavras: a chantagem não resultou...

O mocho e o bufo

Chamaram-me à atenção para um cronista, contratado pelo Expresso porque é bom,  que lê Vasco Graça Moura para aprender vocábulos do tempo dos avós, como, por exemplo, o substantivo "mocho" para significar "banco". 
.  
Sorte a dele, que não nasceu no tempo dos bufos, senão saberia.
É tudo da mesma espécie...

Os putos a brincar

A recusa de aclaração do Tribunal Constitucional levou a garotada do governo a “interpretar” o acórdão como lhe dava mais jeito. O ministro Maduro deveria aconselhar-se antes de meter o pé na argola: A sua “interpretação da aclaração” pode não ser apenas estúpida…

"Eu... não sou o único..."

General Garcia dos Santos diz que não pode ver Cavaco "nem pintado"

Explicado devagarinho…

«Os esclarecimentos que o requerente pretende obter não derivam de qualquer vício ou deficiência que seja imputável ao acórdão, mas resultam de dúvidas de ordem prática que respeitam ao cumprimento do julgado»,

«…não cabe ao Tribunal Constitucional esclarecer outros órgãos de soberania sobre os termos em que estes devem exercer as suas competências no plano administrativo ou legislativo».

Os malcriados(as) não mereciam tanto…

Nem bestas, nem bestiais

Habitualmente, a selecção portuguesa de futebol tem um ou dois jogadores de classe mundial. A actual não foge à regra.

Só excepcionalmente, como aconteceu com a geração de Figo (Rui Costa, João Vieira Pinto, Fernando Couto e Jorge Costa) ou a geração de Eusébio (Coluna, Simões, Zé Augusto, Hilário…), a selecção conseguiu integrar mais alguns jogadores de classe mundial.

O fenómeno Cristiano Ronaldo e as “imigrações” de Deco e Pepe têm disfarçado a mediania, mas quando estes jogadores “desaparecem” do jogo, regressamos à nossa dimensão.

Para arranjar 11 titulares o selecionador não tem de pensar muito, tal a exiguidade da “oferta”. Basta olhar para o banco para se perceber que não há alternativas de qualidade equivalente. Os “titulares” têm o lugar garantido e só uma lesão ou uma birra os afasta da convocatória.

Tirando o período de Scolari, tradicionalmente quem manda na selecção são os “titulares”, não é o selecionador. 

Esta indisciplina (é disso que se trata) “vê-se” frequentemente em campo: João Vieira Pinto a “cumprimentar” o árbitro na Coreia, Ronaldo a mandar recados a Carlos Queirós na Africa do Sul, ou Pepe a “coçar” a cabeça de Muller em Salvador.

Nem bestas nem bestiais, são artistas portugueses, como todos nós…

"Portugal perdeu...

quase 60 mil habitantes em 2013"

Há perder e perder...

Morte lenta

As manobras de António José Seguro, para impedir que alguém lhe dispute a liderança, estão a envenenar o Partido Socialista. Ninguém sabe como, nem quando, acabará o impasse em que o Secretário-geral do PS encurralou o seu próprio partido, frustrando s expectativas de muitos portugueses. O risco de desagregação é real.

Com os ataques ad hominem, Seguro mina ainda mais as hipóteses de o partido recuperar a confiança dos eleitores.

A haver eleições, seria o descalabro.

A nova Europa e os coveiros

"Europa deve fechar a porta à austeridade"

"Os sacrifícios sem crescimento económico são inúteis, causam danos"

O vice-presidente da Comissão Europeia, Antonio Tajani, aconselhou no sábado os países europeus a "fecharem a porta" aos programas de austeridade e a concentrarem-se na promoção do crescimento económico.

Mais vale tarde que nunca, é o que apetece dizer perante este súbito acordar dos responsáveis europeus.

O reconhecimento da inutilidade dos sacrifícios, se não houver crescimento económico, é um princípio que devia estar sempre presente nas decisões de quem nos governa.

Infelizmente, o governo português e o Presidente Cavaco Silva continuam a escavar o buraco em que nos encontramos.

Para a mudança anunciada chegar a Portugal, é preciso correr com os coveiros...

E dizem que o pior ainda está para vir...

"Doze imãs executados por jihadistas no Iraque"

No Iraque, apagam as fogueiras com petróleo... 

A Mama dos penalties

"España, la que más penaltis a favor suma en los Mundiales"

Mas nem assim... (Espanha 1 - Holanda 5) 

Samba a pedido

Brasil 3 – Croácia 1

“Piscinazo de Fred”; “Nishimura se inventa un penalti sobre Fred” (Marca):

“Fred cavou penalty e árbitro foi na cantiga” (A Bola)
"Se isto é penálti, devíamos jogar basquetebol. O árbitro tinha umas regras para a Croácia e outras para o Brasil. Foi uma vergonha"  (treinador da Croácia)

O árbitro seria mesmo japonês?…

(O Brasil tem a maior população japonesa fora do Japão, com cerca de um milhão e quinhentos mil japoneses…)

O guarda-costas e o bode expiatório

Durante os últimos três anos, o governo acobardou-se atrás da Troika, impondo aos portugueses uma austeridade violenta, sempre com a desculpa de que eram compromissos assumidos com o FMI, o BCE e a Comissão Europeia.

Faltava ainda receber uma tranche, algo que o governo dizia estar comprometido por causa do chumbo do Tribunal Constitucional. E no entanto, acaba de se saber que afinal a dita tranche não  faz cá falta nenhuma…

Este ziguezaguear é típico de um governo passa-culpas, que nas últimas semanas transformou o Tribunal Constitucional no bode expiatório das incompetências de quem  nos governa.

 Segundo Passos Coelho, os juízes são mal escolhidos; mas no entender de Teresa Leal Coelho, mesmo os juízes escolhidos pelo PSD não tinham a “visão filosófico-política” que o PSD pensava que tinham.

Ou seja, esta gente acha que os juízes do Tribunal Constitucional têm que estar ideologicamente alinhados com o ideário do PSD…

Se isto não é uma violação do principio da separação de poderes consagrado na Constituição da Republica, o que será? 

Os “acordos” de Cavaco

Cavaco Silva só engana quem acabou de nascer, ou andou distraído nos últimos trinta anos.

Nunca fez um acordo político com ninguém. Governou despoticamente quando teve maioria e, quando se apercebeu de que o seu tempo tinha chegado ao fim, saiu pela porta dos fundos, desmaiando na tomada de posse de António Guterres, o seu sucessor no governo.

Depois disso, preparou o caminho para a vitória eleitoral da atual maioria, desancando o governo minoritário do Partido socialista. 

"Rejuvenesceu” ao dar posse a um governo da sua cor e, desde então, tem apoiado a atual maioria como um militante radical, assobiando para ar a cada chumbo do Tribunal Constitucional, e fazendo-se distraído perante as alarvices com que os membros do “seu” governo conspurcam a dignidade dos juízes.

Mas ainda tem a lata de ir à Guarda pedir consensos para o saque com que o “seu” governo está a destruir o pais e a lançar os portugueses na miséria.

Não! Nem ele nem o “seu” governo merecem o consenso de ninguém. Por cada dia que passam no poder, são anos de atraso que vão levar gerações a corrigir. A demissão é a única forma que têm ao vosso dispor para atenuar o mal que fizeram ao país.

Para isso há consenso, dizem as sondagens.

O desmaio e o discurso

Lamentam-se ambos.

O desmaio é capaz de ter cura.

O discurso é improvável.

O bonezinho da feira

C'um bonezinho de feira,

Faz o Portas um vistão,

Tapa o sol c'uma peneira,

Tapa os olhos ao povão.

Um Coelho sem boné,

- Nas orelhas não lhe serve -

Da cuca fica choné,

Leva pancada que ferve.

À feira de Santarém,

Quem burro vai, burro vem.
O Passos foi ver as vistas,

O Portas levou a Cristas.

P,ró TC não lhe ir à toca,

Coelho comprou um boi.

Foi barrete, era uma choca,

E o Seguro também foi.

O Rato não é o Álamo…

Cercado por todos os lados, Seguro resiste, clamando por eleições antecipadas, na esperança de que lhe cheguem reforços de Belém.

Cavaco Silva, o homem que por mais de uma vez foi o carrasco do PS, é agora a última esperança do ainda Secretário-geral para se manter no fortim do Largo do Rato.

Noutras circunstâncias, o Presidente da República até seria capaz de lhe fazer a vontade. Tal como Passos Coelho e Paulo Portas, Cavaco Silva também sabe que a única hipótese que a actual maioria tem de se manter no governo com esperanças de ganhar as legislativas, é impedindo a eleição de António Costa para líder do PS.

Porém, basta ver as sondagens para se perceber que, se o presidente cometesse esse erro, o país seria ingovernável e era ele que ficava com a criança nos braços. Em fim de mandato, sairia pela porta dos fundos e não quer isso, com certeza… 

Grão a grão...

Aparelho socialista afasta-se de Seguro, distrital a distrital

O maior cego é o que não quer ver

"Seguro lança ataque frontal a Costa e acusa-o de afundar o PS nas sondagens"

A reação de Seguro à candidatura de António Costa alinha pelos partidos da maioria e, tal como fez Paulo Rangel e Nuno Melo,  a sua entourage já começou a atirar-se a José Sócrates.

Desde o tempo do governo de José Sócrates que Seguro faz o jogo da direita.  Aliás, ele confunde-se com a direita. 

Se assim não fosse, não teria aplaudido o vergonhoso discurso de Cavaco Silva na Assembleia da Republica, em que desferiu um ataque traiçoeiro ao governo minoritário do partido socialista, que havia de levar à intervenção da Troika e ao governo de Passos Coelho.

Traição é uma palavra forte, mas não me ocorre outra.

Quanto mais adia, mais afunda

“PS cai a pique e Costa é melhor para PM” (sondagem Expresso)

"Costa preferido por mais do dobro dos portugueses face a Seguro para primeiro-ministro" (sondagem Jornal de Negócios)

Uma carnificina desnecessária?

Agora, que já passaram setenta anos, já se conseguem fazer ouvir algumas vozes que consideram o desembarque na Normandia uma carnificina desnecessária, na conjuntura em que a guerra se encontrava.

De facto, o desembarque na Normandia parece ter sido o tour de force dos exércitos aliados para equilibrar a balança que estava demasiado inclinada a favor da União Soviética. 

Por essa altura, passara mais de um ano sobre a vitória do Exército Vermelho em Stalingrado, e Leninegrado e Sebastopol também já se tinham libertado do cerco nazi. O Exército Vermelho tinha via aberta para Berlim e alguém tinha de lhe fazer frente, antes de chegar a Paris…

Ao contrário do insinuado pela versão hollywoodesca, este não foi um objectivo menor do “Dia mais Longo”…

Boys em vez de juízes

Passos Coelho acha que os juízes do Tribunal Constitucional foram mal selecionados. 
Tanto o PSD como o PS são actualmente dirigidos por rapazes nados e criados para a política nas respectivas juventudes partidárias, onde formaram lobis que os guindaram à liderança dos partidos. A génese de Passos Coelho e de António José Seguro faz deles gémeos políticos, o que explica a passividade de Seguro perante a governação mais violenta que se abateu sobre os portugueses.

Para alterar o método de selecção dos juízes do TC, seria necessário alterar a constituição, uma velha obsessão de Passos Coelho. A avaliar pelo que tem sido a actuação de Seguro, não me admiraria que o acompanhasse  na pretensão de  nomear boys para o Tribunal Constitucional, em vez de personalidades de reconhecido saber  na aplicação das leis.

Costa, o terror da maioria

Há sintomas de que a actual maioria PSD/CDS se prepara para provocar eleições antecipadas, sem dar tempo ao PS de mudar de Secretário-geral. 

A dramatização que se seguiu ao chumbo do Tribunal Constitucional, nomeadamente as reacções de  Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, indiciam a preparação dum golpe.

Nesta manobra, António José Seguro comporta-se como aliado da maioria e arrisca-se a ficar na história como traidor do próprio partido.

A papinha

O Governo não gosta das decisões do Tribunal Constitucional. Nem da última, nem das anteriores.

Sempre resmungou, mas a reação ao último chumbo ultrapassou os limites da convivência entre órgão de soberania.

O problema é que um governo que se vangloria da “saída limpa”, ainda não conseguiu apresentar um único orçamento limpo de inconstitucionalidades.

E ainda tem o desplante de pretender que o Tribunal Constitucional lhe faça a papinha toda, dissolvendo o acórdão que tanto lhe custa a engolir. 

O cadáver

A avaliar pelas noticias, as manobras de António José Seguro para boicotar a possibilidade de alguém lhe disputar a liderança terão começado logo que chegou a Secretário-geral. com a blindagem dos estatutos do partido.

Desde então, desempenha o cargo como um funcionário preocupado em defender o lugar, sem fazer ondas, mas acumulando rancores de cada vez que as circunstâncias o fazem sair da letargia e ter de dar a cara.

“Habituem-se que isto mudou!”, reagiu, quando lhe romperam o casulo. 

Alguém menos avisado teria acreditado que afinal tínhamos homem para enfrentar quem o desafiava. Desiludiam-se, porque vinte e quatro horas depois, o rapaz voltou para inventar umas primárias que puseram o país a rir.

A serem bem sucedidas, as manobras de António José Seguro teriam consequências nefastas para o PS, e para o país. Para. o PS, porque o partido ficaria perigosamente fragilizado, tornando ilusório qualquer bom resultado eleitoral nos tempos mais próximos.

Para o país, porque, sendo o PS a única alternativa real à direita em Portugal, fragilizar essa alternativa é fragilizar a democracia.

O país já "disse" a António José Seguro que não o vê como alternativa, ele é que não quer perceber. 
Adiar o inadiável faz dele um cadáver político. 

Cabe aos militantes do PS acabar com o velório.

Um rei quase português

Juan Carlos, o rei de Espanha que acaba de abdicar em favor de seu filho Felipe, além de falar fluentemente português, deve ter comido muita sardinha assada e talvez goste de fado.

Para os portugueses, Juan Carlos não era um estranho, nem ele se sentia um estranho em Portugal.

Foi um rei do seu tempo, que soube controlar os ímpetos bravios, quando foi preciso, e ajudou a colocar a Espanha no lugar que merece no contexto europeu.

Que o filho siga as pisadas do pai, e enterre a maldição ligada ao nome que lhe deram (Felipe).

Problemas

Seguro: "Não ignoro que temos um problema, que António Costa criou"

"Marques Mendes diz que António Costa pode chegar à maioria absoluta"

Ergo: Com os problemas de Seguro, pode o país (e o PS) bem.