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segunda-feira, outubro 31, 2005

O meu Presidente

Recupera-se para a actualidade um texto aqui publicado há uns meses:

O meu Presidente tem de ser um defensor da democracia.
Com provas dadas, de preferência.

O meu Presidente tem de ser um defensor da liberdade.
Inequivocamente, de preferência.

O meu Presidente tem de ser respeitado pelos portugueses.
E no estrangeiro, de preferência.

O meu Presidente tem de ser europeísta.
E federalista, de preferência.

O meu Presidente tem de ser claro quando fala.
E sem tabus, de preferência.

O meu Presidente tem de ser inteligente.
E culto, de preferência.

O meu Presidente tem de ser um político e homem de estado.
Sem se preocupar com outras carreiras, de preferência.

O meu Presidente é Mário Soares.
De preferência.

4 comentários:

  1. O "de preferência" no final do texto faz todo o sentido.
    é que com esses requisitos encontram-se uma boa dezena, pelo menos, de candidatos.

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  2. E já agora não seria interessante falar do argumento hiper-demagógico da questão da reforma do Cavaco?
    Não lhe soa já a desespero de causa soarista?
    Não lhe soa a argumentozinho de politicozinho profissional?
    abraço,

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  3. Mas o post está bom até o Kipling aplaudiria.
    Até logo.

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  4. Caro Patrick:
    A reforma de Cavaco Silva é assunto menor e só serviu para confrontar o candidato com as suas contradições. Ele é que deu o flanco ao afirmar que não era político.
    As razões que o levaram a fazer essa afirmação é que podem ser preocupantes, conforme expliquei no texto aqui publicado em 28.10.2005 – "O outro lado da barricada".

    A falta de transparência que o caracteriza será apenas uma questão de estilo, como garante o Pacheco Pereira, mas isso só é válido para os que têm fé.

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