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domingo, abril 24, 2022

Quase

 A propósito da invasão da Ucrânia pela Federação da Rússia - e do natural apoio à vítima, neste caso, a Ucrânia -, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os portugueses eram todos ucranianos.  No entanto apressou-se a corrigir, acrescentando a preposição "quase", ou seja, "quase todos ucranianos".

Crê-se que esta correcção se deve à dúbia posição do PCP, -- dúbia, para ser simpático - que num primeiro momento quase responsabilizava a Ucrânia pela invasão, corrigindo depois, aproveitando para atacar os Estados Unidos e a Nato.

O regime político proposto pelo Partido Comunista Português já provou que conduz os povos à miséria, e só funciona em ditadura.

Em vésperas do 25 de Abril, é triste que o PCP  ainda se mantenha manietado pelas  ligações à defunta União Soviética. Aliás, a existência do Partido Comunista em Portugal é  hoje um anacronismo, quase sem paralelo nos paises democráticos ocidentais. 


Quasi

Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d’asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
(Mário de Sá Carneiro)



1 comentário:

  1. Gosto muito da poesia de Sá Carneiro, o poeta inovador e rebelde modernista. E um pouco esquecido, diria.

    Se me permite o abuso, transcrevo este poema dele:


    " Inter-Sonho

    Numa incerta melodia
    Tôda a minh'alma se esconde
    Reminiscencias de Aonde
    Perturbam-me em nostalgia...

    Manhã d'armas! Manhã d'armas!
    Romaria! Romaria!

    . . . . . . . . . . . . . . .

    Tacteio... dobro... resvalo...

    . . . . . . . . . . . . . . .

    Princesas de fantasia
    Desencantam-se das flores...

    . . . . . . . . . . . . . . .

    Que pesadêlo tão bom...

    . . . . . . . . . . . . . . .

    Pressinto um grande intervalo,
    Deliro todas as côres,
    Vivo em roxo e morro em som..."

    Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão


    Ainda sobre o "quase". Irrita-me particularmente o "quaisi" que o P.R. usa a torto e a direito. Um erro estrondoso de que ninguém parece dar-se conta, ou melhor, que ninguém critica. Ou serei eu a tolinha de serviço?

    Tenha um ótimo domingo.

    Amanhã, mais do que nunca, elevemos bem alto o nosso grito: viva o 25 de abril!
    Abraço

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