quinta-feira, março 17, 2005

Matar o pai

Ainda está fresca a história do retrato que andou em bolandas entre o Caldas e o Rato.
Exceptuando alguns velhos revanchistas que hão-de morrer de engulhos com a democracia, poucos se solidarizaram com esta comédia, protagonizada por uma geração de políticos arrivistas que nos últimos tempos tomou conta de alguns partidos.

Por alguns meses – um dia já seria demais – assaltaram a governação e abancaram à mesa do orçamento. Já em todo o lado se ouvia o fragor do país a afundar, mas era vê-los, sempre com a mesma cara de pau, a garantir que o pior já tinha passado. Foi preciso o povo expulsá-los sem atenuantes, como Cristo aos vendilhões do templo. Porém, quase sempre à socapa que o escândalo era demais, continuaram até ao fim a distribuir cargos e a condecorar os correlegionários com as medalhas da nação.

Gente de vários quadrantes tem alertado para o perigo de os partidos serem dirigidos por uma geração oca que sacrifica todos os valores pelo exercício do poder. A expulsão do retrato do Largo do Caldas é um acto falhado dos mesmos rapazes mal formados que apontaram fragilidades físicas ao Professor Sousa Franco.
O povo já os marcou, aguarda-se que os partidos façam o mesmo.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial