terça-feira, novembro 28, 2006

O Papa, a Turquia e o fundamentalismo

Por estes dias, o mundo tem os olhos postos em Ankara e Istambul.
Apesar das manifestações fundamentalistas, a viagem do Papa pode contribuir para libertar o mundo deste flagelo, que inviabiliza o progresso dos povos e tantas vítimas fez no passado e no presente.

É também a oportunidade para Turquia demonstrar que é um estado de direito, onde as liberdades políticas e religiosas são respeitadas, contrariando os que duvidam da sua aptidão para integrar a União Europeia.

2 Comentários:

Às 29/11/06, 22:44 , Blogger j disse...

Quando, aqui há anos, visitei a Turquia, fiquei com dois sentimentos contraditórios.
Por um lado, apercebi-me da profundíssima revolução que foi levada a cabo pelos então denominados jovens turcos, chefiados por um homem de génio: Mustafah Kemal Ataturk. Embora aliados aos alemães na I Guerra (os britânicos eram os colonizadores em toda aquela região), levaram a cabo uma verdadeira revolução: acabaram com o retrógrado sultanato, separaram totalmente a religião e o estado, proibiram o uso do véu às mulheres(!!!), latinizaram o alfabeto acabando com os caracteres árabes na escrita corrente, transformaram a igreja de Santo Sofia num museu,... Cito apenas algumas pequenas mudanças.
Mas, por outro lado, apercebi-me do retrocesso, que já se notava , no que respeita a separação dos poderes: religioso e de estado. À conta da luta contra as ditaduras militares de cariz mais ou menos fascista, subiu enormemente a influência dos mullahs. Senti isso, muito vivamente, em algumas zonas da Turquia, nomeadamente, em toda a região de Konya, baluarte do fundamentalismo sempre combatido por Ataturk.
Tive ocasião de contactar com gente que combateu o poder militar e que lutava, já então, com a mesma convicção os partidos islâmicos que conquistaram o poder actual. Como sempre, à custa das asneiras cometidas em nome da democracia, encomendadas pelo amigo americano (a URSS ali tão perto!!!).
Pressenti alguns receios que vieram a concretizar-se, receios estes que se desvanecerão se a turquia vier a fazer parte da UE.
Só que não sei bem como isso acontecerá, enquanto o país não voltar a ser um estado laico, que garanta a todos as mesmas liberdades.
Neste sentido, entendo que a arriscada viagem do Papa pode ser um sinal muito importante.

 
Às 01/12/06, 12:34 , Anonymous Anónimo disse...

- Será que a Turquia tem a aptidão para entrar na UE? No meu fraco entender parece-me que não, por enquanto. Não digo que falta um longo caminho, mas que faltam limar certas arestas, nomeadamente as apresentadas no comentário do Sr.j. Para já parece-me uma sociedade mais ou menos organizada,com um nível de vida aceitável (a não ser, suponho, nas regiões fora das grandes cidades) e pertencem à NATO.- A ver vamos.

 

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