sexta-feira, março 02, 2007

O chefe da banda

Na própria noite das eleições legislativas que reprovaram o desempenho dos governos de que foi figura preponderante, Paulo Portas demitiu-se da liderança do CDS.
Na altura houve quem lhe elogiasse a coragem por assumir a derrota e dar oportunidade a outras figuras do partido.

Porém, o futuro encarregou-se de provar que a sua atitude foi um acto hipócrita, eivado de reserva mental, e nada teve de desapego ao poder. É hoje claro para toda a gente que era ele o chefe da banda, que desafinava de Ribeiro e Castro, e foi ele que comandou a guerrilha do seu grupo parlamentar contra o presidente do CDS.

Por estranho que pareça, este comportamento cínico faz sucesso entre os “jovens turcos” que ensurdecem de histerismo as abóbadas de S. Bento.

São eles que rejubilam com um Portas regressado do passado, trajando as vestes de “abertura ao centro”.
Mas só os crentes se deixam enganar.
Também o PSD se deixou enganar quando entregou a liderança a Santana Lopes e depois precisou dos votos dos portugueses para se livrar dele.

1 Comentários:

Às 03/03/07, 18:43 , Blogger j disse...

Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.


( António Lopes Ribeiro, na voz do grande João Villaret )

O pior é que, com a aparência de meninos de coro, não passam todos de ordinários farsantes...

 

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