quarta-feira, abril 04, 2007

Leituras de Páscoa

“Acabou de limpar a gilete e lavou-se com água fria. Chegara o momento da suprema ablução. Sacudiu um frasco e recolheu algumas gotas na concha da mão esquerda. Num gesto refinado de muitos anos, Américo Salgado esfregou a cara com as duas mãos, espalhando o líquido uniformemente enquanto soprava o espelho. “O que arde cura!” lembrou-se, quando acabou de dar as palmadinhas nas faces. Nem o bálsamo exótico dum marajá lhe saberia tão bem como aquele desinfectante descoberto numa drogaria do Alto do Pina. Rigorosamente, era álcool!”
(in “Rua do Arsenal”)

1 Comentários:

Às 06/04/07, 11:33 , Anonymous Anónimo disse...

muito boa, esta passagem.
abraço,
patrick

 

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