O que falta à direita
Contrariamente à esquerda, que sobreviveu e cresceu na oposição ao Estado Novo, a direita portuguesa beneficiou dos seus favores e sente-se humilhada na oposição, definhando quando não está no governo.
Porém, mesmo depois do 25 de Abril, nunca a direita esteve muito tempo arredada do poder e, em rigor, nunca teve de lutar por ele.
Os seus aliados – uma igreja católica medieva e um tecido empresarial pré-revolução industrial – têm-se encarregado disso.
Por estúpido que pareça, quando os bispos portugueses se queixam da falta de liberdade, é isso mesmo que estão a fazer.
Porém, mesmo depois do 25 de Abril, nunca a direita esteve muito tempo arredada do poder e, em rigor, nunca teve de lutar por ele.
Os seus aliados – uma igreja católica medieva e um tecido empresarial pré-revolução industrial – têm-se encarregado disso.
Por estúpido que pareça, quando os bispos portugueses se queixam da falta de liberdade, é isso mesmo que estão a fazer.
Do mesmo modo, quando as confederações patronais reclamam alterações à Constituição para poderem despedir trabalhadores por razões ideológicas, fazem-no porque os partidos de direita não se arriscam a enfrentar o eleitorado com uma proposta dessas nos seus programas.
São eles – os seus aliados – que dão a cara pelo que falta à direita portuguesa: Vergonha e transparência.
São eles – os seus aliados – que dão a cara pelo que falta à direita portuguesa: Vergonha e transparência.
1 Comentários:
Sim, falta-lhes vergonha e transparência.
Mas falta-lhes também competência, porque para levar por diante uma política de direita são precisas competência, sabedoria e coragem.
Como sabemos, estas são qualidades que a nossa direita não tem. Vide as tristes figuras que o auto-proclamado "compromisso 40" tem feito, ao longo da sua existência: muita conversa, alguns jantares, belos diagnósticos da situação político-económica, propostas de solução parcelares e totalmente irrealistas.
Ultimamente, falam muito na chamada flexissegurança. Por aquilo que dizem, às claras ou entre-dentes, percebe-se que desejam ardentemente a flexibilidade nos despedimentos e na aplicação das leis do trabalho. Proclamam a necessidade imperiosa de conseguir tratar as pessoas como os outros recursos da produção, isto é, com total flexibilidade, de modo a aumentar a "produtividade". Estamos de acordo, se a segurança das Pessoas for garantida.
Para isso, serão necessários enormes recursos financeiros para que a segurança social dos cidadãos desempregados seja possível. Donde vêm esses recursos?
Seria de esperar que os tão competentes representantes do grupo trouxessem propostas para a discussão, como por exemplo, aumentar a comparticipação patronal para a segurança social.
Alguém ouviu algo parecido deste "honestos cidadãos"?!
Sem dúvida que seria muito mais fácil e mais "produtivo" reinstaurar a semana dos três dias, despedir à tripa-forra incluindo por alegados "crimes ideológicos", ou (porque não?) criar campos de "reeducação" de desempregados e outros improdutivos...
É esta a direita que temos de suportar.
É esta a direita que teremos de continuar a combater por todos os meios disponíveis.
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