quinta-feira, agosto 30, 2007

Bocejos de Verão

Além espevitarem momentaneamente a sonolenta oposição, os vetos do Presidente Cavaco Silva espelham a referência conservadora e corporativa que orienta o inquilino de Belém.

Com o veto do Estatuto do Jornalista, Cavaco Silva talvez tenha querido demonstrar que já não era o mesmo do tempo em que evitava ler jornais, mas limitou-se a ceder às pressões do sector. A “classe” gostou, os leitores nem por isso.

Suportado nos argumentos burocráticos que eternizaram a irresponsabilidade preguiçosa da nossa Administração Pública, vetou de seguida o diploma sobre a responsabilidade civil extracontratual do Estado, votado por unanimidade no parlamento.
Ao opor-se à alteração de uma lei do Estado Novo (1967) que limita a capacidade dos cidadãos para responsabilizar o Estado e está completamente desajustada em democracia, este veto tem cariz antidemocrático.

Por último, vacilando mais uma vez perante pressões corporativas, acaba de vetar as alterações à lei orgânica da GNR, mas isso é uma guerra de generais e essas, caso não saibam, fazem-se nos gabinetes…

1 Comentários:

Às 30/08/07, 10:02 , Blogger j disse...

Cá se fazem, cá se pagam.
Todos aqueles que passaram a entender que o sr. presidente (com letra minúscula, de propósito...) aderiu aos princípios democráticos quando se transferiu para Belém devem ter, neste momento, alguns amargos de boca.
Os princípios enformadores do carácter nunca mudam.
As ideologias, afinal, não passaram à História, como ele próprio gosta tanto de apregoar. Apenas se remeteram à conformidade com o index conservador ditado pelos dirigentes ultradireitistas do outro lado do oceano.

 

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