quinta-feira, março 18, 2010

PEC - Programa de Estabilidade e Crescimento

Ando há alguns dias para escrever sobre o PEC. Conheço as linhas gerais do documento, mas não sou especialista. Como é habitual em Portugal, os “especialistas” alinham com os partidos, o que quer dizer que as suas opiniões “técnicas” são condicionadas pelas agendas partidárias.
Já se viu que o PEC não agrada a todos. Direi mesmo que não agrada a ninguém, mas o que importa é saber se há alternativa.
Tanto a União Europeia como a OCDE já manifestaram confiança no programa apresentado pelo governo português, o que significa que as opções tomadas estão certas, ao contrário do que as oposições pretendem fazer crer.
Embora seja ainda um projecto, o PEC apresentado pelo governo já teve o mérito de restabelecer a confiança dos mercados na economia portuguesa. É um óptimo indicador da sua adequação às necessidades do país, ou, como diz o FMI, "o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) português é “forte”, “apropriado” e “realista.

4 Comentários:

Às 18/03/10, 22:04 , Blogger Miguel Gomes Coelho disse...

Só não entende quem for tonto.

 
Às 19/03/10, 10:33 , Anonymous fpduarte disse...

Alternativa haverá mas os poderes constituídos (governo e oposição) não querem. Tem muito de um exercício de tesouraria que pode atrasar o juízo final. Por exemplo o Estado pagará algo menos de juros face ao caso base, mas receberá menos dividendos. Fiquei apreensivo (ou talvez não) quando um conhecido me disse há dias que ainda bem que os estrangeiros vão "tomando conta de nós".

 
Às 19/03/10, 22:02 , Blogger Carlos Pinheiro disse...

Esta coisa do PEC
Não percebo como é que um não especialista, como diz, apoia este PEC. Só porque a União Europeia e a OCDE e até o FMI, digo eu, já manifestaram confiança no mesmo? Então pergunto se o Sr. Durão Barroso, quando confrontado com o mesmo, terá exclamado a frase circunstancial: “Porreiro, pá!” como retribuição idêntica ao que o nosso primeiro lhe exclamou quando foi aprovado o tal tratado de Lisboa.
Um Programa de Estabilidade e de Crescimento era necessário, disso ninguém duvida, mas que fosse mesmo de ESTABILIDADE e de CRESCIMENTO. Assim, não.
Quem vai pagar a factura, enquanto tiver língua para deitar fora, são os que menos podem, mas que continuam a ajudar os grandes a encherem-se cada vez mais.
Depois quando a malta já não tiver forças, nem para abrir a boca, como será?
Para onde irão então os autores e os apoiantes deste PEC? Alguns irão por esse mundo fora, como muitos outros têm ido, sempre para bons lugares. Mas cuidado que não há lugares para tantos autores e tantos que se dizem apoiantes.
PEC seria pôr a nossa agricultura, a nossa pecuária e as nossas pescas a produzirem o que nos faz falta para comermos todos os dias e evitarmos as importações e consequentemente o aumento da divida externa. Veja-se bem o que se está a desperdiçar todos os dias naquilo que deveria ser o regadio de Alqueva? Se o mesmo fosse aproveitado convenientemente, seria o maior fornecedor de frescos da Europa e as divisas a entrarem e a balança de pagamentos a inverter-se.
Haverá alguma razão para se importarem maçãs da China, peras da África do Sul e leite do Leste, para não se falar do peixe que vem de todo o lado, menos da nossa costa?
Haverá alguma necessidade, na crise que existe, em se teimar em construir o novo aeroporto de Lisboa quando o tráfego aéreo está a cair? Servirá só para aumentar a nossa dependência externa e aumentar a tal divida que nos consome e rói a todos.
Haverá algum motivo válido, mas mesmo válido, que pesado nos pratos da balança da economia, motive mesmo o arranque da linha do TGV para Madrid, construindo também a 3ª Ponte sobre o Tejo em Lisboa, quando não há dinheiro para arranjar a Ponte da Praia do Ribatejo/Contância Sul que serve a maior concentração militar do País, Tancos/Santa Margarida e pólos industriais importantes? Expliquem-nos!
Há coragem para adiar algumas auto-estradas que fazem falta, mas não há coragem para adiar outras que não fazem falta nenhuma.
Continua

 
Às 19/03/10, 22:03 , Blogger Carlos Pinheiro disse...

Continuação
Mas também não há coragem para arranjar estradas interiores como a de Alcanena a Alcanede que serve a ainda a maior concentração industrial, a funcionar no norte do Distrito de Santarém.
Não há coragem para tomarem medidas positivas, mas há coragem para irem ao bolso dos mais pequenos que, por serem pequenos, não conseguem escapar às malhas da rede por onde só passam os grandes.
Estou seriamente preocupado com o que aí poderá vir. Por mim só desejava que houvesse bom senso e bons exemplos a virem de cima claro.
Vejam o exemplo da Câmara da Vidigueira. Cortaram 10% aos vencimentos de todos os políticos eleitos e a todos os nomeados pelos políticos e aumentaram a miséria dos ordenados baixos dos empregados do Município. Não sei qual é a cor politica dessa autarquia. Mas lá que foi um bom exemplo disso ninguém duvida. Foi pena é que não tivesse sido seguido por quem fez este PEC:
Já viram se, para além das medidas preconizadas, reduzissem 5% nas pensões e vencimentos superiores a 2.500€, 10% nas pensões e vencimentos superiores a 5.000€ e 20% acima dos 10.000€, a pipa de massa que arranjavam? Pois, mas isso era tocar nos interesses de pessoas muito importantes, os chamados intocáveis.
E se reduzissem os orçamentos da Presidência da República, da Assembleia da República e dos Ministérios para valores possíveis de suportar em tempo de crise, quanto é que isso dava?
E não poderiam também reduzir o parque automóvel do Estado no que respeita aos carros de luxo que senhores importantes usam indiscriminadamente, sempre a boas velocidades e a gastar o que não é deles?
Claro que eu também não sou especialista nestas coisas da Economia, mas como foram os economistas do mundo que levaram esta aldeia global para a situação em que vivemos, também me sinto autorizado a dar a minha opinião.
Carlos Pinheiro
19.03.10

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial