sexta-feira, março 25, 2011

Cair na real

Convencido de que tinha chegado o momento de “ir ao pote”, expressão que lhe saiu num momento de rara inspiração para o povo perceber o que o espera quando for primeiro-ministro, Passos Coelho rejeitou liminarmente qualquer negociação, e o PSD juntou-se ao PCP, Bloco, Os Verdes e CDS para vetar as medidas acordadas entre o governo e as instituições europeias.
No dia seguinte, 24 de Março de 2011, Passos Coelho, confiado no after shave que nunca o deixou ficar mal se não contarmos com Manuela Ferreira Leite, distribuiu sorrisos às hospedeiras e apanhou o avião para Bruxelas.
O objectivo da viagem era explicar à Senhora Merkel a razão porque tinha deitado abaixo o governo. O raio da mulher era toda beijinhos e segredinhos com o Sócrates... Se soubesse como o ambiente em Portugal estava irrespirável!
Apertou o cinto e tentou decorar a justificação que preparara em inglês com a ajuda do assistente que dias antes escrevera o famoso comunicado. Porém, de cada vez que dobrava a folha e tentava repetir o que lera, saia-lhe um inglês entaramelado de que se envergonhava. Não conseguiu afastar a associação com o inglês técnico do Sócrates, mas, em vez de se rir, como costumava, entrou em pânico. Quando desembarcou na capital belga não era o lider da oposição. Era apenas um coelho assustado.
Durão avisara-o que o melhor é fingir-se de Sócrates, mas só percebeu o conselho quando lhe traduziram o que Merkel tinha dito. E nem sequer tinha o Relvas à mão para lhe dar uns caldinhos...
Engoliu em seco e, durante toda a tarde, repetiu para tudo o que lhe pareceu um miocrofone:
- Concordo com tudo e também aumento os impostos.

1 Comentários:

Às 25/03/11, 20:18 , Anonymous Anónimo disse...

maravilha apesar de se referir a uma tragedia para todos nós...

a irresponsabilidade de alguns dirigentes politicos quase parece os debates e votações que se verificam em alguns clubes de futebol...

abrço

 

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