Angústias

Segundo o Correio da Manhã (via O Jumento), os “cavaquistas andam muito angustiados” com as patacoadas do Presidente. O bode expiatório deste mal-estar é o chefe da sua Casa Civil, Nunes Liberato, a quem culpam por não o “monitorizar”.

O reconhecimento, pelos que lhes são mais próximos, de que Cavaco Silva precisa de monitorização, deveria sobressaltar-nos a todos.

É que, se o Presidente da República carece de ser orientado nas suas intervenções públicas, é evidente que não tem condições para o exercício do cargo.

Será esta incapacidade recente, ou trata-se de uma debilidade estrutural da  personalidade, até agora mascarada sob a esfinge de uma fingida discrição, que o povo, intoxicado por uma comunicação social acrítica e corrupta, confundiu com seriedade?

Há factos que apontam para essa hipótese: As ligações nunca explicadas ao caso BPN, as escutas de Belém, o negócio da Casa da Coelha, as falsas verdades sobre as suas reformas, para só citar os episódios mais mediatizados, indiciam que Aníbal Cavaco Silva está longe de ser o exemplo da honestidade que apregoa, tanto no plano político, como no plano pessoal.

O aproximar da velhice, faz com que o homem de Boliqueime já não consiga manter afivelada a máscara de seriedade que o celebrizou. Agora, basta um microfone para tropeçar.

A impossibilidade de continuarem a disfarçar as mazelas do chefe, enganando o povo, é que angustia os cavaquistas.