A barbárie ao virar da esquina
A presunção de inocência é
um princípio, talvez mesmo o princípio
fundamental do estado de direito. Negá-lo, ou criar-lhe exceções porque
conjunturalmente dão jeito, é armadilhar a democracia e abrir a porta à
violação indiscriminada dos direitos individuais por parte dos diferentes poderes do estado.
A forma como se pretendeu criminalizar o
enriquecimento ilícito, (”inverte o
ónus da prova e viola o princípio da presunção de inocência” ), é uma violação descarada da Constituição da República, de tal forma
que não houve um só juiz do Tribunal Constitucional que acolhesse tal
formulação.
Porém, o mais grave deste caso é que, dos
partidos representados na Assembleia da República (PSD, PS, CDS/PP, PCP, Verdes
e B.E.), apenas o PS se tenha apercebido
da ilegalidade constitucional que enfermava a lei,
levianamente aprovada pelos restantes partidos.
Nota: "Levianamente",
aqui, é eufemismo, porque aqueles que
pretendem que os réus (sejam eles quais forem) provem a própria inocência sem
que a acusação faça prova do crime, não defendem a justiça nem a democracia. O
que propõem é um regresso à barbárie.
1 Comentários:
O seu a seu dono.
Desta vez, não posso estar mais de acordo.
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