O buraco da austeridade
“Há um ano estávamos à beira do precipício, agora não.”
Desta forma, ou outras da mesma vacuidade, o
governo de Passos Coelho não se tem poupado a esforços para tentar convencer os
portugueses de que estão melhor do que estavam quando começou a governar.
A realidade, porém, vai deitando por terra esse
malogrado esforço, sendo rara a semana em que, para pesadelo dos portugueses, o
Ministro Victor Gaspar não anuncia desvios às suas rigorosas estimativas.
Desvio parece ser a palavra que melhor caracteriza o rumo deste
governo. Depois da fábula do desvio colossal, que serviu para justificar o
confisco de 50% do subsídio de Natal do ano passado, não há mês
em que este governo não desvie mais dinheiro dos bolsos dos portugueses.
A austeridade tem-se resumido a isso: retirar
dinheiro às famílias para satisfazer as clientelas de quem governa, que certamente estão melhor que há um ano...
Se as famílias não têm dinheiro, não consomem. Se não
consomem, as receitas do IVA e do IRC vêm
por aí abaixo, para não falar do aumento do desemprego que, entre outras consequências
trágicas, fez disparar os alarmes de
falência da Segurança Social.
Por isso, seria preciso que todos tivéssemos a lentidão
abrangente do Ministro das Finanças para nos surpreendermos com o buraco de dois
mil milhões que ele acabou de descobrir.
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