Quase
A propósito da invasão da Ucrânia pela Federação da Rússia - e do natural apoio à vítima, neste caso, a Ucrânia -, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que os portugueses eram todos ucranianos. No entanto apressou-se a corrigir, acrescentando a preposição "quase", ou seja, "quase todos ucranianos".
Crê-se que esta correcção se deve à dúbia posição do PCP, -- dúbia, para ser simpático - que num primeiro momento quase responsabilizava a Ucrânia pela invasão, corrigindo depois, aproveitando para atacar os Estados Unidos e a Nato.
O regime político proposto pelo Partido Comunista Português já provou que conduz os povos à miséria, e só funciona em ditadura.
Em vésperas do 25 de Abril, é triste que o PCP ainda se mantenha manietado pelas ligações à defunta União Soviética. Aliás, a existência do Partido Comunista em Portugal é hoje um anacronismo, quase sem paralelo nos paises democráticos ocidentais.
1 Comentários:
Gosto muito da poesia de Sá Carneiro, o poeta inovador e rebelde modernista. E um pouco esquecido, diria.
Se me permite o abuso, transcrevo este poema dele:
" Inter-Sonho
Numa incerta melodia
Tôda a minh'alma se esconde
Reminiscencias de Aonde
Perturbam-me em nostalgia...
Manhã d'armas! Manhã d'armas!
Romaria! Romaria!
. . . . . . . . . . . . . . .
Tacteio... dobro... resvalo...
. . . . . . . . . . . . . . .
Princesas de fantasia
Desencantam-se das flores...
. . . . . . . . . . . . . . .
Que pesadêlo tão bom...
. . . . . . . . . . . . . . .
Pressinto um grande intervalo,
Deliro todas as côres,
Vivo em roxo e morro em som..."
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão
Ainda sobre o "quase". Irrita-me particularmente o "quaisi" que o P.R. usa a torto e a direito. Um erro estrondoso de que ninguém parece dar-se conta, ou melhor, que ninguém critica. Ou serei eu a tolinha de serviço?
Tenha um ótimo domingo.
Amanhã, mais do que nunca, elevemos bem alto o nosso grito: viva o 25 de abril!
Abraço
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