sexta-feira, maio 06, 2005

Metropolitano chega a Cascais, Sintra, Loures e Vila Franca de Xira

A recente viagem do Presidente da Republica que apanhou um autocarro às 8:40 em Sintra para chegar a Belém uma hora e cinco minutos depois, levantou algumas questões:

Em primeiro lugar, teve sorte: não é todos os dias que se faz média de 20. Depois perguntar-se-á por que é que uma pessoa que mora a vinte quilómetros, é Presidente da República e tem raízes familiares em Sintra, como Jorge Sampaio, se espanta com um caos urbanístico que dura há várias décadas.

Pela minha parte também me espanto por ele atribuir as desgraças do trânsito do IC19 aos construtores civis, que se limitam a beneficiar da corrupção que prolifera nas câmaras municipais e aproveitam a especulação do mercado imobiliário. Será que tem medo de responsabilizar os autarcas pelo descalabro urbanístico, deste e doutros concelhos?

Não me espanta tanto a profissão de fé de Fernando Seara no IC 16 ou noutro qualquer IC (30?) para resolver o problema de mobilidade no concelho. Já se lhe conhece o hábito de desviar para canto.

Meus senhores: Lisboa não tem um problema de acessibilidades porque há muito que extravasou a Segunda Circular e já não cabe na CRIL. Os limites de Lisboa estão em Cascais, Sintra, Loures e Vila Franca de Xira, se considerarmos o Tejo como uma fronteira. Senão, vão até Sesimbra e Alcochete.

O que se verifica é um problema de mobilidade. Seja domingo ou dia de semana, ninguém está livre de ficar parado na Parede, numa bicha maior que a das Amoreiras. Nos dias de semana, a Segunda Circular vai da Rinchoa a Santa Iria da Azóia e aos domingos a 24 de Julho só acaba em Cascais. O IC19 não tem domingos nem feriados, só pára por acidente.

Consta que os planos rodoviários do concelho de Sintra foram levados por um estafeta ao LNEC. Como ficou parado na fila do IC19, a gasolina só deu para chegar ao Júlio de Matos…
É por essa razão que ninguém sabe o que aconteceu ao IC16, à via rápida do Tagus Park, que parou a mil e quinhentos metros do Cacém, e por que tem de se fazer um Rally Paper para apanhar a CREL em Belas.

O Senhor Presidente da República pode continuar a dizer que a culpa é dos construtores civis mas eu acredito mais naquele senhor (não sei quem foi) que o informou de que a CP se opôs ao alargamento do Metro até Queluz, invocando razões de concorrência.
Sinceramente, acho que as razões invocadas foram de monopólio que está mais de acordo com o país de caciques que nós somos.
Os problemas de mobilidade da região de Lisboa não se resolvem com ICs nem com IPs. Tem de se alargar o metropolitano à periferia. A este ritmo, tenho poucas esperanças de que algum dia o título deste texto faça sentido.

2 Comentários:

Às 06/05/05, 17:53 , Blogger j disse...

Sobre este magno assunto, não posso falar de cátedra.
Graças a Deus, ando a pé!
Mas, já agora, deixa-me dizer-te: acertaste na mouche... Realmente, a que propósito será a culpa dos construtores civis?! Serão eles que licenciam obras?! Serão eles os responsáveis por inomináveis crimes contra o bem-estar das populações?! Ou serão apenas os bodes-espiatórios da ignorância, da corrupção (na qual, provavelmente, também alinham...) e da falta de sentido de serviço dos "eleitos" do povo?!
Mas, como te digo... É muito bom andar a pé, de metro, de autocarro, dentro desta cidade de Lisboa. Ou de comboio até Sintra ou Cascais. Como eu faço, quando me desloco aí, por turismo ou por razões profissionais.
Acontece que conheço muita gente que usa o pópó, até para ir comprar o jornal ali á esquina!!!
(jcm)

 
Às 21/06/09, 23:12 , Anonymous Anónimo disse...

Penso que os interesses da Barraqueiro impedem o Metroplitano em Loures.

 

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