quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Provincianismos e subserviências


Ainda o rapaz de Seattle andava no liceu, eu já programava computadores. Talvez seja por isso que não me custe reconhecer-lhe o génio, ao contrário alguns senhores, que se juntam ao serão às quartas-feiras e se escandalizaram com o “provincianismo subserviente das nossas elites”, na recepção a Bill Gates.
É certo que a sua vinda acabou abruptamente com os arraiais de Boliqueime em que José Pacheco Pereira e Lobo Xavier participaram alegremente, sem pruridos de provincianismo e subserviência.
Mas isso não os devia impedir de reconhecer que Bill Gates foi quem abriu ao mundo as portas (Gates) e a janelas (Windows) da informática.
E não foi por mero acaso.

2 Comentários:

Às 03/02/06, 11:56 , Blogger j disse...

Claro que a estes senhoritos, muito independentes, muito cultos, muito dados a assumir poses de sábios infalíveis, custa muito aceitar que um puto tenha dado a volta aos grandes senhores da informática de outros tempos... Assim como lhes custa muito aceitar que ser independente é também ter a humildade de reconhecer o que devemos a mentes brilhantes como a de Bill Gates ou Steve Jobs...
Contudo, preferem chamar-nos a todos de provincianos imbecis, porque lhes é muito difícil enchergar a própria ignorância.
Eu também sou dos gloriosos tempos dos caixotes de cartões(!!!) e compreendo muito bem (penso até que bem demais!!!) o que tem sido a tremenda revolução operada pelo sonho de Gates na vida das empresas e dos cidadãos. Por isso, sinto uma natural repulsa pelas opiniões de uns badamecos quase analfabetos que, em bicos de pés, tentam disparar uns tiritos de pólvora seca sobre os que reconhecem a Bill Gates e seus companheiros o mérito de terem ajudado, em certo sentido, a transformar este nosso mundo. E também por todos aqueles que, sem alternativas, se limitam a alimentar, eles sim, o provincianismo e a ignorância, pai e mãe da arrogância balofa que os faz continuar a ser gente importante...
Claro que este senhoritos preferiam receber, de rastos ou de joelhos, preclaros cientistas, estilo John Negroponte, Wolfowitz e quejandos. Mas o que havemos de fazer?! As elites subservientes de que, no caso vertente, me orgulho de fazer parte, não pensam, felizmente, como estes iluminados (alucinados?!)...

 
Às 07/02/06, 10:50 , Blogger j disse...

Ainda a propósito das críticas que alguns metecaptos ou, o que é pior, mal-intencionados andaram para aí a debitar:
"
Levar-nos-ia por caminhos que julgo não serem estes aqui, a discussão acerca do Gates, das nossas "elites" saloias, da Microsoft, da dita Caixa mágica. É que as "elites" saloias são as mesmas que vão fazendo os fretes aos ditos fazedores-de-opinião e aqueles seres mitológicos que estes vão içando às alturas de incenso. E as muitas Caixas mágicas que por aí abundam trazem-nos a necessidade de aprender a fazer contas e também a vantagem de aprender a planear as nossas vidinhas. Que é coisa que nós, os lusitos, não temos muito jeito para fazer...
E que dizer dos filantropos ou, mais comedidamente, dos caritativos? Certas tretas que ouvi a respeito da visita do sr. Gates fazem-me lembrar aqueles que aborrecem solenemente os que dão esmolas, apenas porque eles próprios as não querem dar...
Por aqui me fico, acrescentando só que aqueles que mais criticam a dita "subserviência" são os mesmos que se puseram de cócoras à espera da chegada do mr. Danger e de todas as suas sabujices bushianas!!!
(jcm)
"

 

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