O que faz falta
“Pacífico, pero masivo"; “la mayor comitiva lusa de la historia en Angola”. É assim que o “El País” classifica a visita de José Sócrates a Angola (“la más rica colonia lusa de ultramar”).
Das antigas colónias portuguesas de Africa, Angola é o país cuja cultura social está mais próxima dos valores europeus. Porém, é a única que ainda não se livrou da crispação que caracterizou o relacionamento das ex-colónias com a antiga potência, nos anos que se seguiram à independência.
Diversos factores têm contribuído para esta situação. Desde logo a guerra civil, que terminou apenas há quatro anos e criou divisões de ambos os lados. O poder constituído em Luanda nunca viu com bons olhos a simpatia de algumas figuras politicas pela UNITA, nem aprecia as opiniões da imprensa portuguesa.
Por outro lado, a ajuda portuguesa nunca foi essencial para o Futungo de Belas.
Ao contrário dos outros países africanos de expressão portuguesa, a Angola nunca faltaram as divisas do petróleo para importar os bens de que a sua elite política nunca prescindiu. Se esses bens não chegavam aos milhões que pululam nos musseques, isso é outra história.
Acresce que o sistemático adiamento da democratização do regime não se deve apenas a dificuldades burocráticas e administrativas, embora existam. Já ninguém duvida que Angola disputa ao seu vizinho sul-africano o estatuto de potência regional e ainda está por saber se a ausência de José Eduardo dos Santos da posse de Cavaco Silva teve algo a ver com a presença do seu homólogo da Africa do Sul.
Resumindo: Portugal não é, e até agora nunca foi, uma prioridade na estratégia das relações externas de Luanda.
No plano interno, enquanto o MPLA não se desmilitarizar, a democracia continuará a ser uma miragem e, se o Primeiro Ministro português ainda andava no liceu quando a guerra colonial acabou, à sua espera estavam ainda os guerrilheiros de 1974 que receiam dar ao povo o direito de os substituir.
Das antigas colónias portuguesas de Africa, Angola é o país cuja cultura social está mais próxima dos valores europeus. Porém, é a única que ainda não se livrou da crispação que caracterizou o relacionamento das ex-colónias com a antiga potência, nos anos que se seguiram à independência.
Diversos factores têm contribuído para esta situação. Desde logo a guerra civil, que terminou apenas há quatro anos e criou divisões de ambos os lados. O poder constituído em Luanda nunca viu com bons olhos a simpatia de algumas figuras politicas pela UNITA, nem aprecia as opiniões da imprensa portuguesa.
Por outro lado, a ajuda portuguesa nunca foi essencial para o Futungo de Belas.
Ao contrário dos outros países africanos de expressão portuguesa, a Angola nunca faltaram as divisas do petróleo para importar os bens de que a sua elite política nunca prescindiu. Se esses bens não chegavam aos milhões que pululam nos musseques, isso é outra história.
Acresce que o sistemático adiamento da democratização do regime não se deve apenas a dificuldades burocráticas e administrativas, embora existam. Já ninguém duvida que Angola disputa ao seu vizinho sul-africano o estatuto de potência regional e ainda está por saber se a ausência de José Eduardo dos Santos da posse de Cavaco Silva teve algo a ver com a presença do seu homólogo da Africa do Sul.
Resumindo: Portugal não é, e até agora nunca foi, uma prioridade na estratégia das relações externas de Luanda.
No plano interno, enquanto o MPLA não se desmilitarizar, a democracia continuará a ser uma miragem e, se o Primeiro Ministro português ainda andava no liceu quando a guerra colonial acabou, à sua espera estavam ainda os guerrilheiros de 1974 que receiam dar ao povo o direito de os substituir.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial