Política - as palavras e os actos
Certamente desagradado com a desorientação de Marques Mendes, que não atina na forma (e ainda menos no conteúdo) de fazer oposição, José Pacheco Pereira achou por bem dar-lhe umas dicas (“Políticas para fazer oposição”).
O PS ocupou “o espaço onde tradicionalmente habitava o PSD”, afirma JPP, questionando “como se pode fazer oposição contra um governo que parece realizar com mais determinação as reformas que sempre foram defendidas pelo PSD?”
Nem parece ter sido ele que afirmou que “nem Santana Lopes, nem Sócrates são boas moedas. São as duas faces da mesma moeda má. É no PSD que se pode encontrar a boa moeda.”
Certamente já se esqueceu, mas é legitimo questionar a sua sinceridade e a dos dirigentes do PSD, pois sendo o partido que mais tempo exerceu a governação, tiveram tempo de sobra para pôr em prática as reformas que agora não conseguem combater. Mas vamos aos conselhos:
É preocupante que JPP aborde a política externa como principal alternativa de combate da oposição. A política externa é uma área de consensos e não pode servir para manobras oposicionistas. Será porque em Belém mora agora Cavaco Silva? A perspectiva é intrigante, mas não deixa de ser sintomática do vazio de que enferma o PSD, também em política externa.
Depois de sobrevoar o Iraque, a Bósnia e os PALOPS, JPP aterra em Espanha para criticar José Sócrates por não aproveitar os “estragos” causados por Zapatero na política de “grande potência” seguida por Aznar. Quererá aproveitar as supostas debilidades externas de Espanha para recuperar Olivença? Noblesse oblige, mas não é preciso exagerar…
De seguida aborda as relações com a União Europeia e os Estados Unidos mas aqui esbarra com um grave problema: “sei mais o que pensa o PS de Sócrates (que não é o mesmo do PS de Gama), do que sei o que pensa o PSD, porque este deixou degradar o seu pensamento com medo da impopularidade de algumas posições que nunca defendeu como devia – como seja a participação de Portugal na cimeira dos Açores.”
Ficámos a saber como se degradou o pensamento do PSD, mas se JPP já não sabe o que pensa o seu partido, porque será que continua a aconselhar os portugueses a votar nele?
O PS ocupou “o espaço onde tradicionalmente habitava o PSD”, afirma JPP, questionando “como se pode fazer oposição contra um governo que parece realizar com mais determinação as reformas que sempre foram defendidas pelo PSD?”
Nem parece ter sido ele que afirmou que “nem Santana Lopes, nem Sócrates são boas moedas. São as duas faces da mesma moeda má. É no PSD que se pode encontrar a boa moeda.”
Certamente já se esqueceu, mas é legitimo questionar a sua sinceridade e a dos dirigentes do PSD, pois sendo o partido que mais tempo exerceu a governação, tiveram tempo de sobra para pôr em prática as reformas que agora não conseguem combater. Mas vamos aos conselhos:
É preocupante que JPP aborde a política externa como principal alternativa de combate da oposição. A política externa é uma área de consensos e não pode servir para manobras oposicionistas. Será porque em Belém mora agora Cavaco Silva? A perspectiva é intrigante, mas não deixa de ser sintomática do vazio de que enferma o PSD, também em política externa.
Depois de sobrevoar o Iraque, a Bósnia e os PALOPS, JPP aterra em Espanha para criticar José Sócrates por não aproveitar os “estragos” causados por Zapatero na política de “grande potência” seguida por Aznar. Quererá aproveitar as supostas debilidades externas de Espanha para recuperar Olivença? Noblesse oblige, mas não é preciso exagerar…
De seguida aborda as relações com a União Europeia e os Estados Unidos mas aqui esbarra com um grave problema: “sei mais o que pensa o PS de Sócrates (que não é o mesmo do PS de Gama), do que sei o que pensa o PSD, porque este deixou degradar o seu pensamento com medo da impopularidade de algumas posições que nunca defendeu como devia – como seja a participação de Portugal na cimeira dos Açores.”
Ficámos a saber como se degradou o pensamento do PSD, mas se JPP já não sabe o que pensa o seu partido, porque será que continua a aconselhar os portugueses a votar nele?
Quanto à comunicação social, JPP reconhece que o PSD “enquanto governo foi tão estatista como o PS”. Se JPP abdicasse do cartão de militante, a apreciação seria menos lisonjeira para o PSD.
Aborda ainda o ambiente, as novas realidades da economia, as corporações universitárias, o desemprego, a conflitualidade social. Muito do que diz JPP estaria certo, se o PSD que os portugueses conhecem correspondesse ao que existe na sua cabeça. Porém, apesar dos seus esforços para mudar o PSD, a verdade é bem diferente, e o conglomerado de interesses que faz gato-sapato da democracia na Madeira e indigitou Santana Lopes para Primeiro-ministro já demonstrou por várias vezes estar-se nas tintas para as suas ideias.
Se JPP quer continuar a fazer-lhe o frete, está no seu direito, mas não espere conforto noutros lados.
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