Antes de Abril
"Fica de novo sozinho. A mesma sala nua, a mesma cadeira de pau que lhe faz doer os rins de tanto esperar pelos inquisidores, a mesma janela de grades estreitas que intimidam o sol. Por vezes, um agente vem fazer-lhe companhia. Passa ali horas sem abrir a boca e sai inopinadamente sem lhe dirigir uma palavra. Cumpriu o seu quarto de sentinela.
Levanta-se, passeia pela sala, espreita o prédio da frente. Uma nesga de céu promete-lhe a liberdade, o resto são sacadas pombalinas. Cansado, volta a sentar-se. Enjoou as beberagens da cadeia e quase só come pão. A mãe bem lhe dizia que tinha estômago de rico.
Levanta-se, passeia pela sala, espreita o prédio da frente. Uma nesga de céu promete-lhe a liberdade, o resto são sacadas pombalinas. Cansado, volta a sentar-se. Enjoou as beberagens da cadeia e quase só come pão. A mãe bem lhe dizia que tinha estômago de rico.
Se ao menos pudesse ler um livro…”
(in Rua do Arsenal)
(in Rua do Arsenal)
1 Comentários:
Tenho a impressão que, se ele tivesse jeito para isso, não teria vida para escrever todos os livros que idealizou nesses longos dias de "meditação"!
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