Devaneios e realidades (Ota, Montijo e Alcochete)
“…Quando eu era comandante do Montijo já perdia muitas horas a trabalhar para conseguir equilibrar o tráfego, que era militar e a maior parte de helicópteros, e a fazer coordenação com o aeroporto de Lisboa. Eu tinha a esquadra de tráfego aéreo debaixo da minha responsabilidade e era preciso muita habilidade para conseguir conciliar o tráfego militar do Montijo com a Portela. Imagine agora o tráfego civil no Montijo a ser conciliado com a Portela. É impossível.”
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“A Base do Montijo está assente em cima de uma zona de águas residuais, águas salobras, que são acrescentos da foz do Rio Tejo, e o nível freático chega a estar a 23 centímetros da superfície. Como é que é possível ter consolidação para um aeroporto civil? Sabe que muitos aviões americanos que vinham dar apoio a Portugal tinham de aterrar na Portela porque a pista do Montijo não tinha consistência para isso. Agora imagine aterrarem lá aviões como Airbus 340, o Boeing 747 e por aí adiante. É impossível. A base do Montijo não tem resistência para ser aeroporto civil. Não serve.”
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“- Como é que justifica que técnicos falem do Montijo como uma hipótese?
- Porque só analisaram o problema económico. Não do ponto de vista técnico. Não conhecem o Montijo. Nunca lá foram. Se lá forem vêem.”
……………….
“- Portela com Alcochete admito. Embora possam existir grandes inconvenientes em matéria de gestão de aeroportos. Tal e qual como os franceses que já chegaram à conclusão que não podem coexistir Orly e Charles de Gaulle em Paris. Vão fazer um novo aeroporto a norte de Charles de Gaulle. O que eles gastam a transportar passageiros de um lado para o outro é uma fortuna.”
………………….
“- Não acha estranho que do ponto de vista oficial se tenha colocado a Ota como a única alternativa à Portela?
- O João Cravinho diz que optaram pela Ota porque não queriam ir para a solução do Marcelo Caetano.
- A solução Marcelo Caetano é Alcochete?
- O que ele diz é que a solução Marcelo Caetano visa grandes empreendimentos imobiliários dos grandes lóbis do País, como o grupo Espírito Santo e a Sonae. A Sonae está em Tróia e o grupo Espírito Santo na Comporta.”
……
“…tenho indicações de que o grupo Espírito Santo está muito empenhado em que o aeroporto vá para a margem esquerda para o desenvolvimento da Quinta do Peru e da Comporta.”
(Excertos da entrevista de Marques de Almeida (coronel piloto aviador, ex-comandante da base aérea do Montijo) ao Correio da Manhã)
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“A Base do Montijo está assente em cima de uma zona de águas residuais, águas salobras, que são acrescentos da foz do Rio Tejo, e o nível freático chega a estar a 23 centímetros da superfície. Como é que é possível ter consolidação para um aeroporto civil? Sabe que muitos aviões americanos que vinham dar apoio a Portugal tinham de aterrar na Portela porque a pista do Montijo não tinha consistência para isso. Agora imagine aterrarem lá aviões como Airbus 340, o Boeing 747 e por aí adiante. É impossível. A base do Montijo não tem resistência para ser aeroporto civil. Não serve.”
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“- Como é que justifica que técnicos falem do Montijo como uma hipótese?
- Porque só analisaram o problema económico. Não do ponto de vista técnico. Não conhecem o Montijo. Nunca lá foram. Se lá forem vêem.”
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“- Portela com Alcochete admito. Embora possam existir grandes inconvenientes em matéria de gestão de aeroportos. Tal e qual como os franceses que já chegaram à conclusão que não podem coexistir Orly e Charles de Gaulle em Paris. Vão fazer um novo aeroporto a norte de Charles de Gaulle. O que eles gastam a transportar passageiros de um lado para o outro é uma fortuna.”
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“- Não acha estranho que do ponto de vista oficial se tenha colocado a Ota como a única alternativa à Portela?
- O João Cravinho diz que optaram pela Ota porque não queriam ir para a solução do Marcelo Caetano.
- A solução Marcelo Caetano é Alcochete?
- O que ele diz é que a solução Marcelo Caetano visa grandes empreendimentos imobiliários dos grandes lóbis do País, como o grupo Espírito Santo e a Sonae. A Sonae está em Tróia e o grupo Espírito Santo na Comporta.”
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“…tenho indicações de que o grupo Espírito Santo está muito empenhado em que o aeroporto vá para a margem esquerda para o desenvolvimento da Quinta do Peru e da Comporta.”
(Excertos da entrevista de Marques de Almeida (coronel piloto aviador, ex-comandante da base aérea do Montijo) ao Correio da Manhã)
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