sábado, junho 19, 2010

A melhor homenagem a José Saramago (1922 -2010)



Leiam-no!
Nas escolas, no café, no comboio, no jardim... Onde quiserem.
Mas leiam-no!

3 Comentários:

Às 20/06/10, 01:03 , Blogger Rafaelle Benevides disse...

continuo lendo...

 
Às 21/06/10, 11:57 , Blogger j disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
Às 21/06/10, 11:59 , Blogger j disse...

A minha singela homenagem a um Homem que, durante algum tempo, tive o privilégio de conhecer de perto e que um dia me disse : "Temos uma coisa em comum: a dificuldade de conviver com o poder".
Guardo dele estas palavras e recordo-o aqui, numa faceta um pouco esquecida:

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago


E agora recolho-me para não ter que gritar ao vento a inominável revolta que me causam os oportunismos e a maldade de uns tantos de quem a História não recordará a miserável existência.

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial