KPMG, o folhetim
Nas últimas legislaturas, as comissões parlamentares tiveram mais impacto mediático do que a própria Assembleia da República. Mas, analisados os resultados, somos forçados a concluir que esse mediatismo não se deve à substancia das conclusões, quando as houve, mas apenas, e só, à baixa política que caracterizou as reuniões de algumas delas.
Aliás, a vulgarização das comissões como instrumento de luta político-partidária, além da duvidosa constitucionalidade, está a remeter para segundo plano a actividade do parlamento propriamente dito, com os efeitos perversos que daí advêm.
Ver os seus deputados a perder tempo e a gastar o seu dinheiro a discutir capas de relatórios da KPMG, cujo negócio, como o de qualquer consultora, passa por satisfazer quem, em cada momento, detém o poder, seria patético se não fosse trágico.
Mas tal só acontece porque os deputados não respondem perante quem os elege e só se preocupam com as tricas partidárias que satisfazem o ego dos directórios dos partidos.
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