Quando eu era miúdo, muito pequeno, havia muitos moinhos de água na minha terra. E também havia muitos moleiros que calcorreavam as aldeias vizinhas com os seus burritos ajoujados de taleigas com o grão que traziam oa a farinha que devolviam. Havia um moleiro, porém, que era especial. Tinha um burrito que (vá-se lá saber porquê!) gostava de me ver. Era recíproca esta afeição. Um dia, aproximava-me eu do burrito para lhe fazer a carícia habitual, arranca este um forte coice, maior que o da mula do papa, o qual, não me acertando, me deixou perplexo e cheio de medo. O moleiro, tão estupefacto quanto eu, animou-me com doçura dizendo: - Não fiques triste, menino! Olha que jumento é sempre jumento!
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Quando eu era miúdo, muito pequeno, havia muitos moinhos de água na minha terra. E também havia muitos moleiros que calcorreavam as aldeias vizinhas com os seus burritos ajoujados de taleigas com o grão que traziam oa a farinha que devolviam.
Havia um moleiro, porém, que era especial. Tinha um burrito que (vá-se lá saber porquê!) gostava de me ver. Era recíproca esta afeição.
Um dia, aproximava-me eu do burrito para lhe fazer a carícia habitual, arranca este um forte coice, maior que o da mula do papa, o qual, não me acertando, me deixou perplexo e cheio de medo.
O moleiro, tão estupefacto quanto eu, animou-me com doçura dizendo:
- Não fiques triste, menino! Olha que jumento é sempre jumento!
Ficou-me para a vida a lição...
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