domingo, maio 06, 2012

Justiça política

A direita portuguesa, que nunca deixou de controlar ideologicamente o corporativismo impregnado no sistema judicial, sempre se serviu da justiça como arma política.
Dizer que o 25 de Abril nunca chegou aos tribunais tornou-se um lugar-comum, mas é uma realidade, e o preço que o país paga por isso está sempre a aumentar, ao ponto de a justiça ser já a causa principal do nosso atraso.
Não dispondo, como noutros tempos, dos Tribunais Plenários criados por Salazar para julgar os opositores que a Pide prendia por tempo indeterminado, à direita e aos poderosos, passe a redundância, basta puxar os cordelinhos do corporativismo para o sistema judicial se pôr ao seu serviço.
As tentativas de interferência do poder judicial na política em Portugal chegam ao ponto de nos congressos do sector se ouvirem intervenções exigindo a subordinação dos restantes órgãos de soberania ao poder judicial, uma clara violação do principio da separação de poderes consagrado na Constituição da República.
A direita também não morre de amores por esse princípio, e, como controla a justiça, hoje, como outrora, continua a servir-se dela para perseguir os que ousam questionar o domínio que exerce sobre o país.

2 Comentários:

Às 06/05/12, 22:46 , Anonymous S. Bagonha disse...

Ou o "serviço" lhe foi encomendado por alguém "importante, ou é para se redimir de ter andado a falar "mal" das portagens nas SCUT, ou então está a perfilar-se para um cargozito bem mais interessante economicamente que o de presidente do ACP.

 
Às 07/05/12, 15:27 , Blogger j disse...

Essa pandilha, que nunca foi capaz de julgar e condenar os facínoras da corporação comluiados com o fascismo de outros tempos, tem agora a coragem de gastar o nosso dinheiro em vinganças que não irão conduzir a lado nenhum.
Mais lhes valera procurar melhorar a Justiça que, por causa de atitudes desta natureza, não funciona nunca.
Provavelmente, é mesmo isso que estes srs pretendem. Ou não fosse a Justiça um poderoso instrumento de domínio por parte de quem detem o poder.

 

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