segunda-feira, dezembro 24, 2012

Um país sem controlo de qualidade

O episódio em que um tal Artur Baptista da Silva – será este mesmo o seu nome? - se fez passar por funcionário das Nações Unidas,  e, nessa qualidade, deu uma conferência no Grémio Literário patrocinada pelo American Club, ludibriou o Expresso, a SIC, a TSF e a Reuters, que lhe deram espaço mediático devido a uma estrela, diz bem da ligeireza e leviandade com que tratamos dos assuntos.
É certo que neste caso foi a comunicação social a meter a pata na poça, dando  uma péssima imagem ao aceitar como boas  as fontes em que bebe.  Mas, infelizmente, não é apenas na comunicação social que reina a falta de exigência, que está a transformar o país num aglomerado de gente menor.
Se os cidadãos deste país tivessem o mínimo de exigência, ninguém falava de Relvas porque há muito não seria ministro.  
- Cavaco Silva ter-se-ia demitido no dia seguinte a dizer que, "a reforma não chega para pagar as minhas despesas"
- Passos Coelho já teria sido obrigado a pedir desculpa aos reformados pelas mentiras que disse sobre as reformas;
- Paulo Portas já não seria  líder do CDS, que  de partido dos contribuintes passou a partidos dos cobradores de impostos;
Finalmente, para que não se pense que só os “políticos” precisam de controlo de qualidade, também não teríamos que ler nos jornais notícias de cirurgiões do Serviço Nacional de Saúde que fazem poucas ou nenhumas cirurgias nos hospitais públicos, e até   os presidentes da CGTP, da UGT, da Fenprof, e da maioria dos sindicatos deixariam de ser vitalícios…

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