A ditadura dos aparelhos
Os estatutos dos partidos são
feitos à medida dos aparelhos, visando perpetuar o poder dos que ocupam as respectivas estruturas. São estruturas corporativas, de costas voltadas para a sociedade que dizem defender. Lá dentro luta-se pelo carreirismo, mas os ecos dessa
guerra raramente chegam ao exterior. Uma verdadeira ormetà.
Pensamos que somos governados por
políticos, quando, em rigor, somos governados pelos burocratas que controlam os
aparelhos.
O abalo resultante das eleições europeias
está a causar alguns engulhos a esses mangas-de-alpaca da politica, mas é uma consequência
do situacionismo dos partidos tradicionais, que se preocupam apenas com a
satisfação das clientelas mais próximas, desprezando enormes franjas da
sociedade.
A discussão do que interessa à
vida pessoas anda arredada das cabeças dos políticos, cuja retórica já ninguém quer ouvir. Não se
discutem ideias para o país, nem se luta por causas. As lutas a que assistimos
são pelo domínio dos aparelhos.
Fenómenos de repúdio desta situação
(como o de Marinho Pinto) aconteceram um pouco por toda a Europa e indiciam que
a mudança vai ter de acontecer.
Falta saber como.
1 Comentários:
Boa!
E eu que tenho andado convencido de que os males da sociedade se devem ao... "centralismo democrático"...
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