sexta-feira, maio 02, 2014

O foragido dos azeites

As façanhas do suposto criminoso de Valongo dos Azeites, que tem jogado às escondidas com a GNR e a Policia Judiciaria, remetem para um Portugal rural e violento, retratado a espaços por Camilo Castelo Branco e Aquilino Ribeiro, que ainda sobrevive nos nossos dias. As motivações dos crimes não são muito diferentes dos de então e o civismo de quem os comete também não evoluiu.
A imagem da província idílica e feliz ainda perdura em mentes mais débeis, mas foi uma encenação do Estado Novo, que acabou na debandada da emigração.
Enquadrado por uma igreja ultra conservadora e alienado por uma comunicação social populista, boa parte do nosso povo continua desfasado da realidade contemporânea e tarda em integrar valores que se tornaram comuns nas sociedades evoluídas, não apenas no mundo ocidental.

Não faltam comentadores, ideólogos e moralistas, que conseguem descortinar virtudes neste atraso, mas ficam surpreendidos com as consequências…

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