domingo, outubro 05, 2014

O afundanço


Embaraçado pelas múltiplas trapalhadas em quase todos os sectores, o governo prepara o seu último orçamento num ambiente de descrença, havendo dentro da própria maioria quem se questione se não se devem antecipar as eleições.
O arranque do ano lectivo revela um retrocesso de vários anos no ministério da educação, fruto da política do ministro que desde o início questionou o ensinou público em benefício do ensino privado. Tal como prometera, Nuno Crato acabou por implodir o ministério da educação e vai demorar a apanhar os cacos.
Paula Teixeira da Cruz não lhe ficou atrás na pasta da justiça. A cruzada em que se meteu a "reorganizar" territorialmente os tribunais, aliada ao descalabro do CITIUS, perdeu o rasto a milhares de processos, paralisando os tribunais.
Porém, a cereja em cima do bolo foi a oportuna amnésia de Pedro Passos Coelho no caso Tecnoforma/CPPC. Que ele mentia, já os portugueses tinham descoberto uma semana depois de o terem feito primeiro-ministro. Que ele invoque amnésia para esconder a verdade é apenas uma variante.

Terminada a intervenção da Troika, o governo desta maioria ficou orfão e perdeu a sua razão de ser. De tal forma se deixou condicionar para agradar aos nossos credores que esgotou toda a sua capacidade a inventar artimanhas para arranjar dinheiro para pagar aos bancos alemães e franceses. Para tanto, não hesitou em cortar nas pensões e salários, aumentar impostos, lançar dezenas de milhares no desemprego e empurrar os jovens para a emigração. 
Aqui chegados, a maioria não se entende, nem tem propostas para sair do buraco da austeridade em que enterrou o país. Portas diz que é preciso baixar impostos. Passos diz que é difícil... 
O resultado é um governo de braços caídos perante um cenário desolador: o deficit continua, a dívida aumentou e o país empobreceu.

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