A encruzilhada
…"9. Portugal está
nessa encruzilhada. O governo do PSD-CDS é o que a “Europa” do PPE quer e
precisa para não haver contágio em Espanha. O governo do centro-esquerda do PS,
com apoio do PCP e do BE, não só não pode ter sucesso, como nem sequer pode
existir como possibilidade, para o caso miraculoso de mostrar que “há
alternativa”. Não é um jogo a feijões – é um jogo, se se pode chamar
assim, em que estão todos os grandes interesses europeus e nacionais que agitam
fantasmas, que vão da CGTP ao PREC, para gerar o medo e impor o monopólio
político da direita. É verdade que o mecanismo ideal da teoria da democracia
limitada é ver os partidos socialistas a fazerem a política da direita e com a
direita. Mas isso parece falhar em Portugal, como já falhou no Partido
Trabalhista inglês. Não é porque Costa seja um Corbyn – não é certamente
–, mas porque a recusa visceral de que “os mesmos” continuem a governar,
traduzida em 62% dos votos, mudou as regras do jogo e levou o PCP a abrir uma
porta que nunca tinha sido aberta e pela qual entraram o PS e o BE.
10. Não sei se vão falhar,
tudo aponta para que as dificuldades sejam imensas. Mas há quem deseje
ardentemente que falhem, mesmo que isso signifique dar cabo da economia que
resta, criar um sério conflito institucional entre um governo em gestão a
testar sempre os seus limites (como fez com a TAP), um Presidente que será
pressionado para meter na gaveta tudo o que uma Assembleia hostil decidir e uma
Assembleia a ter de “governar”, sem ter o governo que apoia em funções. Isto,
sim, é o PREC. Aliás, nada é mais parecido com a linguagem e as atitudes do
PREC do que o que diz e o que faz a direita radicalizada que hoje temos. Obra
da “Europa” da soberania limitada, a querer impor à força uma democracia
limitada. E não é com “eles” – é connosco."
1 Comentários:
Será que este senhor é o último social democrata que resta este país? Ou será que esta espécie nunca existiu senão no nome do partido que deu guarida a todos os fascistas e outros ultras do regime fascista?
Para mim, a maior vitória das últimas eleições é a clarificação, cada vez mais evidente, dos verdadeiros "programas" partidários.
Incluo nesta clarificação as posições políticas das instituições europeias e dos seus mandaretes serventuários nos jornais, televisões e outros meios nacionais. A estes só lhes falta "exigir", sem subterfúgios, eleições e mais eleições até à grande vitória da ultra direita.
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