A tentação do centralismo
Embora nenhum deles concorra à presidência de qualquer câmara, na campanha para as autarquias, as caras e os nomes que mais aparecem são os de Marques Mendes, José Sócrates, Jerónimo de Sousa, Francisco Louça e Ribeiro e Castro.
Não falam dos programas ou projectos municipais. De norte a sul, os líderes repetem os discursos nacionais como se disputassem eleições legislativas.
Por isso ninguém estranha que Jerónimo de Sousa critique o off-shore da Madeira em Ferreira do Alentejo e Marques Mendes queira conhecer o orçamento de estado em Felgueiras.
Não cremos que a centralização da campanha para as eleições autárquicas nas questões nacionais sirva os interesses dos municípios. O mimetismo com as eleições legislativas retira-lhes protagonismo e autonomia.
É urgente rever as assimetrias do nosso sistema autárquico. Há concelhos com várias centenas de milhares de habitantes, enquanto outros não chegam à dezena de milhar e são manifestamente deficitários.
Os defensores da regionalização deviam começar por exigir a reestruturação das autarquias e a autonomia do respectivo processo eleitoral.
Doutro modo, continuaremos a pôr o carro à frente dos bois.
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