sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A causa e os efeitos

No casamento entre pessoas do mesmo sexo, a questão jurídica não me parece a mais relevante. Não discuto o direito de os homossexuais viverem com quem quiserem e de terem os mesmos direitos e deveres dos heterossexuais.

Diferente é saber se a procriação é a causa remota do casamento. Na minha opinião, é, e nem o apelo demagógico ao facto de haver casamentos que não geram filhos lhe retira essa característica. É a procriação que confere dignidade ao casamento e justifica a protecção social e jurídica de que beneficia.
A natureza dos contratos afere-se pelos seus efeitos e do casamento esperam-se filhos, não apenas efeitos jurídicos. Na união entre "cônjuges" do mesmo sexo tal efeito é uma impossibilidade material.
Até lhe podem chamar casamento, mas não é, independentemente da fórmula ou da designação jurídica que lhe der cobertura.
É o obscurantismo travestido de vanguardismo.
(Nota: Não queria voltar ao tema, mas os comentários obrigaram-me).

1 Comentários:

Às 03/02/06, 15:51 , Blogger j disse...

A natureza encarrega-se de tudo fazer para a preservação das espécies. O fundamental, como é óbvio, é o encontro ou a união dos dois sexos, quer esse encontro seja directo, quer indirecto, através das modernas técnicas que a ciência permite.
Isto consegue-se, havendo ou não existindo o que se chama de casamento. Este é apenas um acto que simboliza um compromisso entre animais inteligentes, o qual, tendo como fundamento natural a continuidade da espécie, também representa a necessidade da vida em sociedade. Se esta necessidade é mais bem satisfeita com pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente, é mais ou menos indiferente. Mas então, não confundamos alhos com bugalhos.
Quando, no meu comentário anterior, gritei com alguma veemência : "Casem-nas!!!", fi-lo com a intenção de exprimir a minha revolta com a importância atribuida a fenómenos que a não deviam ter...

 

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