domingo, março 26, 2006

Ciúme sem amor

Contrariando a inércia com que os sucessivos governos adormeceram a nação, o executivo de José Sócrates tem surpreendido muita gente, resolvendo problemas que se arrastavam há décadas. Só a cedência aos interesses das diferentes corporações, a quem os políticos cederam uma fatia importante do governo do país, explica as situações caricatas com que o cidadão se depara a cada passo.

As medidas implementadas pelo governo são na sua generalidade tão simples e óbvias que os seus detractores já desistiram de as contrariar, para não serem apanhados na contradição de terem passado décadas no governo sem terem feito qualquer reforma relevante para a melhoria do país e do funcionamento da administração.
Neste sentido, nada melhor do que dar a palavra à insuspeita Maria José Nogueira Pinto:
“… Os partidos à direita do PS têm neste momento de fazer as contas sobre como fazer oposição; Não a podem fazer dizendo que as medidas são más, porque muitas delas eram as medidas que deviam ter tomado quando lá estavam. A começar por Cavaco Silva, que é agora Presidente da República” (Expresso, revista Única, 25/03/2006).

Como não o podem vencer, destacados políticos e jornalistas fingem juntar-se a ele, dizendo que José Sócrates está a governar à direita, tentando atribuir um acento direitista às reformas que estão em curso.

Nada mais falso. A história dos últimos dois séculos – os únicos em que faz sentido falar de esquerda e direita – demonstra que a direita portuguesa nunca foi reformista e desde Mouzinho da Silveira que as reformas que fazem andar o país se devem à esquerda.

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