domingo, março 05, 2006

Envelhecer

Num texto carregado de melancolia, Vasco Pulido Valente dá-nos conta da amargura de viver num mundo que “mudou para lá de qualquer possibilidade de reconhecimento”. “Não fui feito para isto”, desabafa, recusando um mundo em que não se revê.·
Talvez não devesse lamentar-se, pois o contributo da sua geração, para a vertigem social que mudou o mundo na segunda metade do século XX, não foi despiciendo.
Porém, como aconteceu às que a precederam, a sua geração não é imune à obsolescência. Mesmo que algumas sejam mais rascas do que outras, chega uma altura em que todas perdem a pedalada e deixam de acompanhar o mundo que ajudaram a mudar.
Ainda bem que é assim, porque "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja", como diria o cardeal de "As Intermitências da Morte".

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