segunda-feira, outubro 16, 2006

O protesto dos boys

O Partido Socialista era ainda uma criança no 25 de Abril, mas teve em Mário Soares um líder com visão que cedo o guindou ao poder. Desde então os filiados do PS repartem com os do PSD as benesses de governar e, tanto um partido com o outro, têm resguardado as suas clientelas mais chegadas das dificuldades por que o país tem passado.

É dessas clientelas que saem os administradores para empresas do estado e para as empresas municipais, e foram elas que avolumaram a Função Pública.

Não é pois de estranhar que dentro do próprio PS se contestem as reformas que atingem a Administração Pública e, ainda que pontualmente, alguns membros proeminentes do partido apareçam a dar a cara por essa contestação (Jorge Coelho, António Arnaut, Manuel Alegre, Helena Roseta, José Leitão, António Fonseca Ferreira, Ana Gomes, Manuel dos Santos).

Embora não se possa generalizar, fazendo uníssono destes protestos, não fará mal lembrar que a maioria destas personalidades se opôs a Sócrates, quando este disputou a eleição para Secretário-Geral do PS e, mesmo que isto doa a Jorge Coelho, têm ainda mais dificuldade em digerir o seu sucesso no governo.

Certamente que eles se arrepiam com a comparação, mas a verdade é que os seus protestos são da mesma natureza dos de Alberto João Jardim e denunciam que o apertar do cinto chegou finalmente aos boys.

1 Comentários:

Às 16/10/06, 17:42 , Blogger j disse...

Estou de acordo contigo. Quem se habituou ao poder e às suas benesses, de certo não aceitará vê-las minguadas.
No entanto, no rol de nomes que apontas, há pessoas que, por acaso, conheço muito bem e que, certamente, não estão à espera dos favores do poder. É certo que este corrompe as consciências, mas continuo a acreditar até provas em contrário.

 

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