quinta-feira, outubro 01, 2009

Verdade e Impunidade

Agora, que já passaram alguns dias desde a descoberta da tramóia, ainda se ouve aqui e ali o eco da fingida indignação com que alguns senhores dos jornais e encartados comentadores reagiram à publicação do famoso e-mail.

Para esta gente, a publicação de um e-mail cujo conteúdo descreve uma conspiração baseada em suspeitas infundadas, com o objectivo de derrubar o governo e influenciar o resultado das eleições legislativas, é um acto de lesa-deontologia porque o e-mail era privado.

Como se os portugueses fossem parvos…

Durante anos, estes mesmos senhores serviram-nos segredos de justiça de manhã, à tarde e à noite, violando as mais elementares direitos de presunção de inocência dos arguidos, e não se ouviu este clamor.

O povo português não é hipócrita e estamos todos muito agradecidos ao Diário de Notícias por ter denunciado os manipuladores anónimos que tentaram influenciar o resultado das eleições por métodos antidemocráticos.
Denunciar um crime de lesa-democracia é uma obrigação deontológica de qualquer jornalista.
Encobri-lo, como alguns fizeram, é cumplicidade.
Nem uns nem outros podem ficar impunes.

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