sábado, outubro 30, 2010

O preço do acordo

500 Milhões de euros é o montante que o fisco vai deixar de receber pela limitação das deduções do IRS ao 1º e 2º escalão e pela manutenção da tabela do IVA a 6% em alguns produtos alimentares. Foi este o coelho que Eduardo Catroga ufanosamente tirou da cartola, no espectáculo surreal que nos proporcionou à hora de almoço.
Mas durou pouco, o ambiente de vaudeville que por momentos pairou no velho palácio de S. Bento. Minutos depois, ainda o sorriso infantil do amigo de Cavaco contagiava os repórteres televisivos, chegou Teixeira dos Santos. Não sendo ilusionista nem dado ao espectáculo, pôs a questão em pratos limpos: aquela verba teria de ser compensada com medidas de austeridade adicionais, para se cumprir o deficit de 4,6% assumido com a União Europeia.
Os repórteres, a quem Catroga não dera a palavra, encavalitaram-se, tentando saber que medidas eram essas, admitindo, talvez, serem algumas das milhares sugeridas ao PSD no site que criou para esse efeito (http://www.cortardespesas.com/).
Que não, esclareceu o ministro. O PSD não apresentara qualquer sugestão para tapar o buraco que fez no orçamento para 2011. A responsabilidade de descobrir onde arranjar o dinheiro para pagar a sua generosidade passou-a para o governo…

2 Comentários:

Às 30/10/10, 19:43 , Anonymous fpduarte disse...

Conheço o Catroga há muitos anos.
É um trapalhão.
A falar claro, porque as mensagens são sérias. Lembro as suas alusões ao "Estado Paralelo" e ao "buracão" mais recente.
Quem dera que fosse "vaudeville".

 
Às 30/10/10, 21:56 , Blogger j disse...

É curioso como, nestes dias de folclore democrático, ninguém tenha reparado na forma como o partido do Catroga vai resolver o problema, se o deixarem: "Verão! Quando faltar o dinheiro, vai valer tudo: até as reformas irão sofrer!"
Deve ser um dos motivos que leva a sondagem da Católica a dar 40% ao partido do Passos e 26% ao partido do José...

 

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