domingo, dezembro 25, 2011

Democratizar a Economia – O Chavão

Confesso que começava a ficar intrigado sobre o significado deste chavão usado nos últimos tempos pelo primeiro-ministro.
Para justificar o corte do subsidio de natal, insistiu durante meses na  descoberta de um pretenso desvio colossal que se provou só existir nas cínicas lucubrações que levaram ao corte de 50% do subsídio de Natal. Face ao escândalo, o Ministro das Finanças foi obrigado a reconhecer que o ano vai acabar com um deficit inferior ao exigido pela troika, mas o certo é que estragou a consoada a muita gente, prejudicou a economia, e as finanças do país não justificavam esse esforço…
Acusado, desde Belém a Bruxelas, de ser mais papista que o papa Merkel no que se refere à austeridade que está a empobrecer o país - sem que da cabeça dos alienígenas que o rodeiam surja uma ideia para o seu desenvolvimento -, Passos Coelho arranjou um chavão para entreter os comentadores e embasbacar a populaça: “Democratizar a economia”.
Quem pensar que a administração da Sonae, da Galp, ou da Jerónimo Martins, em vez de serem escolhidas pelos detentores do capital, vão passar a ser eleitas pelo critério “um homem um voto”, desiluda-se, porque quem fala em democratizar a economia e tudo faz para agravar as desigualdades, só vai democratizar despedimentos…
Reconheça-se, no entanto, que depois da fase catastrofista, Passos Coelho entrou na fase eufemística. Pode parecer um avanço, mas em nada altera a base da estratégia de comunicação deste governo: mentira, deturpação e engano.
Só muda a maquilhagem...

1 Comentários:

Às 27/12/11, 11:08 , Blogger j disse...

Que o menino Jesus nos livre desta democracia...
Pois o que este estarola pretende dizer, mas falta-lhe a coragem para tal, é que deseja executar rapidamente a vontade dos seus patrões: liberalizar totalemnte toda a actividade económica.

 

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