quarta-feira, novembro 05, 2014

Crimes domésticos


Este título do Público não diz tudo. De facto, nos últimos tempos, sucedem-se as notícias de homicídios familiares entre marido e mulher, sogros, filhos e avós, numa espiral de violência  difícil de explicar.
Vizinhos e conhecidos mostram-se estupefactos perante a violência dos actos perpetrados por "pessoas normais", asseguram eles.
É tempo de acabar com esta "normalidade". Gente que intencionalmente pega numa arma para tirar a vida a pessoas que jurou defender e amar não tem nada de normal. Normal é cada um seguir a sua vida quando se conclui que não se entendem. 
"E as crianças,  senhor?" perguntava Augusto Gil, ao vê-las pisar a neve fria. Que perguntaria agora o poeta,  quando lhes matam pai e mãe, e quando nem elas escapam à carnificina?...   

Anda toda a gente preocupada com o deficit, a dívida e os impostos, ninguém parecendo ter tempo para pensar nas causas das tragédias familiares que diariamente são relatadas..
Se a família é a célula base da sociedade, é necessário que a sociedade não se alheie dos problemas que a afectam, procurando saber as causas da miséria humana  que sempre se encontra, quando se averigua a fundo a pretensa "normalidade" dos autores destes actos. Olhar para o lado não resolve nada. 
Está por fazer uma verdadeira revolução de mentalidades, que acabe com ideias feitas e tradições anacrónicas que poluem a tão propalada cultura popular. 

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