Azias
Começou por ser um termo médico para significar acidez no estômago. Porém, é cada vez mais usada no futebol para caracterizar a frustração dos adeptos quando a sua equipa perde.
Ainda não tinha chegado ao vocabulário político, onde se preferia o mais subtil "habituem-se" para aferroar o mau perder dos adversários.
No entanto, a recente crise política - patrocinada pelo Presidente da República por querer manter no poder uma coligação sem apoio parlamentar - provocou uma epidemia de azias que ameaça alterar a costumeira brandura que nos define.
Incentivados pela inexplicável resistência de Cavaco Silva à indigitação de António Costa para primeiro-ministro, Passos Coelho e Paulo Portas desdobraram-se em ameaças tremendistas por terem sido impedidos de governar pelo único poder que constitucionalmente o pode fazer, o Parlamento.
Ao criticarem desbragadamente a decisão da Assembleia da República, tanto a direita como os comentadores que nos últimos quatro anos lhe desculparam o desemprego, o colossal aumento de impostos, a emigração em massa da nossa juventude, a perseguição aos idosos e demais atrocidades infligidas pela coligação PSD/CDS ao nosso povo, revelaram a cariz antidemocrática e antipopular que os norteia.
As suas ameaças e maus presságios são corriqueiras manifestações de mau perder.
Simplesmente azia.
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