quarta-feira, julho 20, 2016

Os brasões da Praça do Império

Os brasões que actualmente são  tema da discorda entre a direita e a esquerda (já vão perceber porquê) são arranjos florais que representam os brasões dos distritos do continente e ilhas adjacentes e das colónias.

Há anos que a Constituição da República extinguiu os distritos do continente e ilhas adjacentes, e as colónias tornaram-se independentes vai para meio século. Manter os brasões obsoletos para turista ver não paga o trabalho de os manter,  além poder ser considerado insultuoso para os novos países.

Os  brasões originais estão esculpidos na pedra da fonte luminosa no centro da praça. As imitações forais apareceram mas tarde,  prenunciando o estertor colonial do Estado Novo. 
Não admira que o CDS e o PSD queiram manter os arranjos florais do tempo de Salazar. Afinal ele ainda é a sua principal inspiração...

1 Comentários:

Às 21/07/16, 11:12 , Blogger Carlos Moura disse...

Permita-me que teça um comentário.
1- A questão dos Brasões não divide Direita e Esquerda. O PCP não acompanha a ideia de acabar com os trabalhos de mosaico-cultura de que a Praça do Império é um dos últimos exemplares na cidade.
2- O PCP valoriza o trabalho dos Jardineiros especializados, que existem hoje apenas nos quadros da CML, assim como apenas nos viveiros da CML subsistem espécies para restaurar as obras produzidas.
3- A preservação de obras culturais, independentemente da sua forma, material e suporte, é algo que ultrapassa largamente o "turista ver". Com efeito o seu fim aquilo que permitirá é acabar com as especialidades de formação de Jardinagem na CML abrindo caminho à entrega a empresas externas, sem qualificação e baixíssimos níveis de direitos laborais e remuneratórios, penalizando o Município, os Cidadãos e os Trabalhadores.
4- Os processos históricos são dialécticos, devem ser estudados, reflectidos, mas apagar brasões que representam a divisão administrativa do País que subsistiu durante anos e que até hoje não foi substituída pela regionalização prevista na Constituição, não é forma de promover esta ou resolver as questões básicas do país. É apenas com cortinas de fumo promover a privatização dos serviços camarários.
5- Os Brasões coloniais poderiam ser fonte de controvérsia, porém a sua leitura não só tem de ser feita no contexto histórico, como a sua existência resume-se a quatro brasões apenas.
É errado portanto afirmar-se que se trata de uma querela neo-colonialista entre Direita e Esquerda. Não me pronunciando sobre os motivos da primeira, direi apenas que sob uma capa falsamente progressista, se procura não restaurar o trabalho de artistas colectivos que permaneceram incógnitos como trabalhadores que eram, mas destruir também estas capacidades de trabalho, e desvalorizar as suas capacidades embaratecendo os custos de manutenção e possibilitando que esta seja realizada por trabalhadores não especializados remunerados miseravelmente por empresas externas. E isto é política de direita

 

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