Já que tanto insistem...
"Uma vez que estão a querer opiniões, não descanso enquanto não estiver com ele".
Foi assim que o bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho, se desenvencilhou dos jornalistas que o confrontaram com as declarações (polémicas, não!… desastradas!) do padre Domingos Oliveira.
Este sacerdote terá considerado mais grave um aborto do que o homicídio de uma criança. Não foi numa conversa privada, foi paramentado, na missa do sétimo dia de uma criança de cinco anos, que apareceu nas águas do Douro, supostamente assassinada por familiares.
A hipocrisia não fica bem a ninguém. Pessoalmente não reconheço ao clero em geral, nem a qualquer pároco em particular, legitimidade especial para se pronunciar sobre o aborto, ou sobre crianças, para além da que reconheço a qualquer ser humano.
São contra o aborto, mas quantos o aconselharam e ajudaram a levar à prática para esconder as sequelas das suas fraquezas sexuais. Não os condeno, mas não os aceito como juízes.
publicada por José Ferreira Marques @ 18:49
2 Comentários
2 Comentários:
Cada indivíduo tem o direito a ter as opiniões que entender, acerca deste assunto ou de outro qualquer. Trate-se de um padre de qualquer igreja, ou um qualquer cidadão seguidor ou não de qualquer religião.
O que cada cidadão não ter o direito de fazer é utilizar a sua autoridade, cívica ou moral, para influenciar negativamente os mais "fracos". Neste caso, com a agravante de tentar criar gradações para o mal. Como se fosse possível definir um grau para o assassínio de um ser: o que é pior? Enforcar? Fuzilar? Gasear?
Assim não vamos lá!
Deste modo, o famigerado obscurantismo irá, certamente, perpetuar-se.
Tanto mais que se pretende levar a discussão sobre a lei do aborto para um campo totalmente errado.
Quem pode ser a favor do aborto?!
Acho que ninguem.
Mas, quem pode ser a favor da condenação, em tribunal, de uma mulher que o pratica? E porque não o homem que o provoca? Ou todas as "santas almas" que para ele contribuem?
Acho que ninguem deveria defender semelhante aberração.
E é isto e não aquilo que está em discussão.
Ou não será?
Hipócritas! Fariseus! Sepulcros caiados de branco por fora!
(jcm)
Sabem que mais ? Este assunto devia ser vedado aos padres. Eu sei que a fórmula é simplista. Mas, que diabo! Hemingway dizia que não se pode escrever bem, sobre um assunto que não se conhece bem. E eu só pretendo dizer que, falar, também não.
O aborto é, certamente, um acto terrível, doloroso, carregado de infortúnio. Mas é-o, sobretudo, para a mulher que é levada a praticá-lo!
O vigário em questão, para o ser, fez voto de castidade e renunciou a um dos atributos com que Deus o dotou. Elevação espiritual? Talvez. Mas decisão contra-natura, concerteza! E é aqui que a porca troce o rabo. É que essa renúncia inibiu-o de viver neste mundo da mesma forma que vivem aqueles que não renunciaram.
Não, seja lá como for, este assunto devia ser vedado aos padres.
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