Contra a História
Conhecemos os disfarces, conhecemos as ideias, conhecemos os slogans, conhecemos o resultado.
Com gestos antigos que já não enganam o povo, eles agarram-se à bandeira e invocam os velhos nacionalismos que amordaçaram a pátria.
“Repatriação imediata dos imigrantes e seus descendentes”, é a receita para acabar com a criminalidade. Tamanha mesquinhez envergonha os heróis que franquearam as portas do mundo e enriqueceram o país com a diversidade das civilizações que encontraram.
Se tentassem pôr em prática as suas propostas, o país parava e o mundo não o toleraria. Mas que importa a gente que vive do passado e não se coíbe de delírios demagógicos? Do gueto ideológico em que se acoitam, não alcançam os horizontes do futuro, nem se dão conta da sua luta desastrada contra a história.
Aproveitando a boleia do “arrastão de Carcavelos” (feito por 40 ou 50 jovens marginais, segundo a polícia, e não por 500 como foi exageradamente propalado), convocaram uma manifestação para o Martim Moniz, conhecido ponto de encontro de imigrantes.
No mesmo dia, Jorge Sampaio visita o bairro da Cova da Moura.
São duas formas de encarar os factos.
Com gestos antigos que já não enganam o povo, eles agarram-se à bandeira e invocam os velhos nacionalismos que amordaçaram a pátria.
“Repatriação imediata dos imigrantes e seus descendentes”, é a receita para acabar com a criminalidade. Tamanha mesquinhez envergonha os heróis que franquearam as portas do mundo e enriqueceram o país com a diversidade das civilizações que encontraram.
Se tentassem pôr em prática as suas propostas, o país parava e o mundo não o toleraria. Mas que importa a gente que vive do passado e não se coíbe de delírios demagógicos? Do gueto ideológico em que se acoitam, não alcançam os horizontes do futuro, nem se dão conta da sua luta desastrada contra a história.
Aproveitando a boleia do “arrastão de Carcavelos” (feito por 40 ou 50 jovens marginais, segundo a polícia, e não por 500 como foi exageradamente propalado), convocaram uma manifestação para o Martim Moniz, conhecido ponto de encontro de imigrantes.
No mesmo dia, Jorge Sampaio visita o bairro da Cova da Moura.
São duas formas de encarar os factos.
5 Comentários:
Eu ia a dizer que esta gente apenas merece o nosso total desprezo. Mas, arrependi-me, a tempo, de o dizer...
É que esta gente tem que ser combatida por todos os meios, para que se não dê o caso de estarmos a chocar os ovos da perigosa serpente.
Já foi devido a esta imunda canalha que eu deixei de frequentar (pouco, mas sempre divertido...) os estádios de futebol.
Não podemos continuar a ser enxovalhados por esta ralé.
Quanto à "repatriação imediata dos imigrantes", apetece-me perguntar a esses parasitas se pretendem trabalhar e ser tratados como muitos desses imigrantes...
(jcm)
Que seja a Frente Nacional portuguesa ou o Deutch Volk Union alemão, o Ku Klux Klan americano ou o Sekihotai japonês, estamos perante a mesma escória, a mesma sub-gente, a mesma hiena intelectual que não é capaz de assimilar senão ideias mortas ou moribundas e que surge, esparsa, em qualquer sociedade, como a erva daninha em qualquer horta. Exibem todos os mesmos símbolos. Praticam todos os mesmos gestos. Utilizam todos o mesmo discurso, como quem utiliza uma pastilha elástica: — mastigam, mastigam e voltam a mastigar, e como dali não tiram nada, acabam por deitar a coisa pela boca fora, para o caminho de quem vai. E é aqui que o perigo existe para o cidadão incauto, pois a goma cola-se-lhe muito facilmente.
Combatamos as ervas daninhas, para impedir que elas invadam a horta.
Pedro Guedes:
Em primeiro lugar, dou-lhe as boas vindas aos comentários de “A Forma e o Conteúdo”. Independentemente das ideias que cada um é livre de perfilhar, respeitamos os homens e valorizamos a amizade connosco ou com pessoas que nos são queridas.
Só excepcionalmente comento comentários. Acho que cada um tem o direito a explanar as suas ideias, sem inibições. Porém, em obediência ao rigor que procuro nos meus textos, o seu comentário leva-me a precisar alguns aspectos que poderão ter sido indevidamente interpretados:
A minha opinião sobre o que se passou em Carcavelos está no post “Eles andam aí…”, publicado há dias.
Você, Pedro Guedes, é que fala de “jovens” no seu comentário. No meu texto, o que está escrito é “jovens marginais”. Desculpo a distracção, mas não dispenso a boa fé.
Quem falou em 40 ou 50 foi um responsável da Polícia na televisão. Eu ouvi. Não creio que a “redução” de 500 para 50 tenha a ver com a manifestação em causa, que nessa altura ainda não teria sido anunciada. A sua conclusão parece um aproveitamento, mas, de qualquer modo, o número avançado é da polícia e não tenho de o justificar.
Voltei a ler o texto objecto do seu comentário e não encontrei nada que questionasse o direito à manifestação dos seus promotores, paguem eles impostos, ou não. O que se questiona são as motivações e as propostas, como se explicita com a devida transcrição. A sua dedução noutro sentido é abusiva e de sua inteira responsabilidade.
Quanto à escolha do local da manifestação, que quer que lhe diga? Está à vista de toda a gente. Leia o que diz a SIC: “O ponto de encontro dos grupos de acção de extrema-direita é exactamente um dos lugares onde todos os dias se encontram imigrantes de todos os credos e cores.”
Possivelmente não os conhece e não tem culpa de ser novo, mas não faz mal saber que, mesmo antes de você ter nascido, os comentadores a quem se refere com ironia, lutaram pela pátria e pela democracia que permite estas e outras manifestações.
Pode não aceitar as críticas, mas fique com os meus cumprimentos.
Pedro Guedes,
Ninguém pretendeu minimizar o mal provocado pelo «arrastão» e, menos ainda, defender os seus autores. – Repare que este assunto começou com um «grito» do Blogger (Eles andam aí ...) em 11 do corrente, o qual eu comentei. Se quiser dar-se ao trabalho de ler os textos, verá que nem um nem outro deixam margem para dúvidas.
Também não está em causa, o direito de manifestar, que eu considero sagrado e que tão caro nos custou.
O que está em causa é a utilização desse direito para propagar ideologias que já deixaram chagas indeléveis na história da humanidade; para fazer apelo ao ódio, à intolerância e à violência, como solução para os problemas da sociedade em que vivemos e que ela própria criou. É isto que está por trás do apelo à manifestação. É este o ‘’modus operandi’’ das organizações a que me refiro.
Não vou entrar, aqui, num terreno que daria para um tratado. Mas sempre lhe digo que a democracia, sendo universal, é também vulnerável: – Hitler chegou ao poder pela via democrática.
Se foram os termos acerbos por mim utilizados que o chocaram, saiba que eles não se referiam ao homem, como tal, mas às ideias que o movem: – leia «escória intelectual», «sub-gente intelectual», «hiena intelectual».
Posto isto, cabe-lhe o mérito de se ter manifestado. Tomo-o como um acto de honestidade moral e espero que continue.
Sr. Guedes,
Desculpe o tempo precioso que lhe fiz perder, já que tempo seu perdido imagino que seja menos impostos pagos...
Mas, já que teve a ousadia de "brincar" com a minha democraticidade, devo dizer-lhe, em abono da verdade, que não consigo fazer qualquer distinção entre os jovens delinquentes em causa e essa canalha nazi que lhes quer responder usando métodos semelhantes.
E, já agora, quanto ao pagar impostos por parte dessa canalha, gostava que mo demonstrasse...
Fico-me por aqui, pelo enorme respeito que me merece o meu querido Amigo Ferreira Marques.
(jcm)
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