sexta-feira, junho 17, 2005

"Um polícia ao lado de cada cidadão"

Neste país chegou-se ao extremo de serem os sindicatos – ou as ordens – a definir as atribuições e competências dos seus associados, quando, na prática, estas instituições apenas se preocupam em defender os seus interesses e aumentar os seus privilégios. Por isso os médicos, com o acordo explícito da respectiva ordem, violam a lei, receitando marcas em vez de medicamentos; os professores recusam serviços mínimos e esperam ser promovidos automaticamente mesmo sem dar aulas; os magistrados deixam caducar os processos sem que nada lhes aconteça; e os polícias reclamam dos políticos, quando lhes passa à frente um arrastão.

“Não pode haver um polícia ao lado de cada cidadão!”
Esta frase, muitas vezes repetida por responsáveis policiais para desculpar a inoperância da sua corporação, é a chave do equívoco em que caíram as nossas forças de segurança. Por isso os vemos pelas esquinas em amena cavaqueira uns com os outros, de costas voltadas para os problemas, mas de consciência tranquila. Julgam que a sua missão é pastorear cidadãos pacíficos e nem lhes passa pela cabeça que o seu dever é perseguir até aos esconderijos as alcateias que assaltam os comboios, ou lançam o pânico no bairro de Campanhã.

Não precisamos de um polícia por cada cidadão. Bastava-nos que tomassem conta dos marginais.

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