sábado, julho 09, 2005

Alimentar víboras ao peito

Durante muitos anos, os governantes deste país – e não apenas os do PSD – toleraram ao Dr. Alberto João Jardim os maiores dislates. Impunemente, sempre que lhe dava jeito, saía a terreiro para insultar os que o contrariavam ou punham a nu as fragilidades democráticas do regime que vigora na Madeira.

De início, o povo do “Contenente” ainda estranhava, mas, com o passar das décadas, habituou-se a considerar que “aquilo” era um país à parte, onde a lei estava sujeita aos humores do presidente regional.

Não importava que o Presidente da República fosse o General Eanes, Mário Soares ou Jorge Sampaio. Quando se tratava de Alberto João Jardim, todos faziam orelhas moucas e quase sempre se recusavam a comentar impropérios que sopravam do arquipélago. Enquanto isso, os governos e os ministros das finanças – não apenas os do PSD – nunca deixaram de lhe financiar os projectos com que engordava as clientelas.

Eis se não quando, cai o Carmo e a Trindade por que o homem se lembrou de dizer que não queria chineses lá na ilha.
Porquê a surpresa? Já se esqueceram das vezes em que ameaçou de expulsão jornalistas e funcionários que não lhe caíam no goto?

Pela mesma razão, não é de estranhar que não queira lá Marques Mendes.

Quem alimenta víboras ao peito arrisca-se a ser mordido.

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