O obstrutor
Marques Mendes classifica de saneamento político a substituição do presidente da Caixa Geral de Depósitos, nomeado há 10 meses, por um governo do seu partido cuja legitimidade há muito se discutia e de que ele próprio se distanciava.
Neste caso, a crítica nem sequer é legítima. Embora lhe custe, é ao governo, e não à oposição, que compete a nomeação e substituição dos gestores da CGD sempre que achar que não defendem as instituições que gerem. Nesse aspecto as fragilidades deste presidente ficaram bem visíveis quando do episódio da utilização dos fundos de pensões da CGD para tapar os buracos do orçamento, prática usada pelos governos do PSD para eternizar o défice.
Em vez de vir reclamar da inocência a virgindade, Marques Mendes deveria dar mais atenção ao sentir dos portugueses e deixar-se da defesa das suas capelinhas, como aconteceu com a lei da limitação de mandatos, que a maioria dos portugueses (as sondagens davam mais de 70%) considerava justa e a que Marques Mendes e o PSD retiraram qualquer sentido prático.
Se continuar na mesma linha de oposição obstrutiva, Marques Mendes fará também ouvidos moucos à sondagem que indica que a maioria dos portugueses quer o referendo ao aborto ainda em 2005, ao contrário do PSD que tudo tem feito para o adiar sine die.
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