Caciquismo e cidadania
A educação é um grave problema do país. Ninguém se arrisca a discordar, como ficou claro ontem, no debate parlamentar sobre a qualificação dos portugueses.
Na minha opinião há um problema ainda mais grave na nossa sociedade.
É típico, como a sardinha assada e o caldo verde;
Popular, como a música pimba;
Enraizado, como a fé de Fátima;
E arrisco-me a dizer que já faz parte da nossa idiossincrasia.
Falo da falta de cidadania. Sem ela, o povo é um joguete na mão dos caciques.
Basta ver o que se passa à volta de Fátima Felgueiras, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Ferreira Torres, para aferir do nível de cidadania dos eleitores deste país.
Os cidadãos que se preparam para os eleger não querem saber se os seus candidatos fogem à justiça e às obrigações fiscais, usam em seu proveito os dinheiros públicos, ou beneficiam da promiscuidade do futebol com a política.
É para o lado que dormem melhor.
Aqueles que afiam os dentes para extrapolar as consequências das eleições autárquicas deveriam começar por explicar os resultados de Oeiras, Gondomar, Amarante e Felgueiras.
Isso é que devia preocupá-los.
1 Comentários:
Também já pensei que a cidadania, ou melhor, a falta dela, era apanágio da nossa gente. Mas já não penso.
Vivo num país de grandes tradições culturais, democráticas e republicanas. Mas não é por isso que há, por aqui, menos gente corrupta a empanturrar-se em gamelas políticas para as quais se fazem eleger, mandato após mandato. – A grande diferença é que a corrupção é muito mais refinada e os escândalos, quando rebentam, são de outra ordem de grandeza.
VHC
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