Adeus Presidente!
Os dois mandatos de Jorge Sampaio não estão certamente isentos de erros e aqui até apontámos alguns. O maior terá sido a passividade com que exerceu o cargo que, segundo alguns, abriu caminho à regressão institucional que assolou o país nos últimos dez anos.
Porém, se é verdade que há por aí muita gente que não merece tanta bondade e complacência, não se podem assacar ao Presidente da República responsabilidades pelos actos ou omissões dos partidos, dos governos, do parlamento, dos tribunais ou das autarquias, instituições que se deixaram inquinar de oportunistas cuja fortuna aumenta na razão inversa da instabilidade e da miséria do país.
Admiro Jorge Sampaio desde a juventude e recordo-o sobretudo da primavera marcelista, que sintomaticamente acabou no Outono de 1969.
Num tempo em que a política era assunto reservado, ele e outros vultos como Lindley Cintra, Salgado Zenha ou Francisco Pereira de Moura, para só citar alguns dos que já nos deixaram, despertaram a geração que havia de fazer o 25 de Abril.
Adeus Presidente!
3 Comentários:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Já agora, relembro o jovem advogado que, na "primavera marcelista" se dispôs, sem procurar saber pormenores, a defender-me dos soezes ataques da pandilha fascista militar-pidesca. Por maiores que fossem os seus erros (e não o foram, de modo nenhum!), para mim ele será sempre esse jovem destemido que tanto representou para a minha geração.
Obrigado, Presidente!
Jorge Sampaio, exerceu a sua magistratura com grande patriotismo e profundo sentido de estado.
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