“Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”
Poucas horas depois de sair do tribunal onde está a ser julgado por actos que a justiça desportiva já condenou, o Sr. Pinto da Costa foi homenageado por deputados portistas com um jantar nas instalações da Assembleia da República.
Justificar o evento por ser habitual quando o Porto é campeão, é fazer da reincidência uma atenuante.
Será que o meio tem representação em S.Bento?
Justificar o evento por ser habitual quando o Porto é campeão, é fazer da reincidência uma atenuante.
Será que o meio tem representação em S.Bento?
5 Comentários:
Sinto-me enojado e vilipendiado por esses energúmenos armados em "deputados" e "democratas", que não dão capazes dese respeitar a si mesmos. Como pretenderão que o povo os respeite?!
Que tristeza!
De que estarão à espera os psrtidos para correrem com estes miseráveis?
Rua com eles!!!
- Realmente "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és" é um ditado antigo que se aplica bem a esses f.. da p.. dos deputados "portistas", francamente é preciso ter lata!! São iguais ao currupto do PC!!
Ouvi de raspão a notícia da jantarada futebístico-parlamentar portista e não deu para perceber que a dita comezaina havia tido lugar precisamente… nas instalações da Assembleia da República. O querido Povo Português, que de acordo com a Constituição (não, não é nenhuma zona do Porto, carago!) até é o detentor do poder político, tem razão ao dizer que “quando chega, um mal nunca vem só”, adágio que bem se aplica ao caso em apreço. Se não, vejamos o seguinte preâmbulo e as seguintes razões:
Preâmbulo: Um deputado, ainda que não o saiba (o que é mau!), ou não o queira saber (o que é péssimo!) é um membro a tempo inteiro do nosso mais importante órgão de soberania, daquele que o Povo mandatou para, em nome dele (do Povo, não do Órgão ou dos seus membros, como abusivamente parecem entender alguns senhores deputados) exercer o Poder Legislativo, que é o mais nobre dos poderes políticos. Exercê-lo mas não à trouche mouche, não como o faria um mau pai de família, mas para o exercer (também) com toda a dignidade e com todo o respeito pelo Povo seu mandante e pelo Estado de Direito Democrático, que são quase uma e a mesma coisa.
Razão Primeira: Os senhores deputados portistas que convidaram o senhor Pinto da Costa para a tal jantarada fizeram-no para, em jeito de consolação, lhe dar beijinhos nas bochechas e fazer festinhas no desmesurado ego que ele tem. Fizeram-no para lhe dizer em voz alta, em voz mesmo muito alta para que ninguém pudesse deixar de ouvir, “Ó Pintinho, oube lá, filho, deixa falar esses morcões desses mouros, não lhes ligues meia, carai, nós estamos contigo, Pintinho, aqui tens o nosso abraço!” Neste afã de solidariedade, aqueles senhores deputados, que deviam comportar-se como tal a tempo inteiro, ao misturarem publicamente paixões pessoais e clubísticas com política (eles são, ou deviam ser, os políticos por excelência) demonstraram ser mui pouco dignos representantes do Povo que os mandatou.
Ora,
Razão Segunda: Porque a tal jantarada para que os senhores deputados portistas convidaram o senhor Pinto da Costa ocorreu escassas horas depois deste ter sido ouvido no Tribunal em que está a ser julgado pela prática de actos previstos e puníveis pelo Código Penal e que, entretanto, a justiça desportiva já condenou, o aludido convite configura um manifesto, gigantesco e imperdoável desrespeito ao Poder Judicial. E, porque assim é, estamos perante uma situação de grosseiro incumprimento do mandato político que incumbe àqueles senhores deputados.
Razão Terceira: Os senhores deputados portistas que convidaram o senhor Pinto da Costa para uma jantarada de solidariedade a ter lugar nas instalações da Assembleia da República não escolheram de ânimo leve o local do repasto. Fizeram-no para sublinhar de forma indelével que Pinto da Costa, apesar de arguido em processo-crime e já penalizado pela justiça desportiva, é um cidadão impoluto, digno do incondicional apoio de impolutos deputados da República e merecedor de ser convidado de honra… na Assembleia da República (o mais emblemático reduto dos “mouros”), mensagens explícitas ou subliminares para consumo popularucho ou talvez não mas produzidas com o evidente propósito de branquear a imagem de Pinto da Costa. Contestando, dirão aqueles senhores deputados, em coro e a pés juntos: NÃO FOI NADA! Isso é má-língua, é crime de injúrias!. Ai é? Então porque é que, num pacato fim-de-semana, com a Assembleia da República fechada, com os tribunais fechados e sem fanfarras mediáticas a acompanhar, não foram todos jantar um arrozinho de polvo ao Aleixo, lá para as bandas de Campanhã?
Nota final: Posto o que antecede e a leitura que fiz do competente escrito de José Pacheco Pereira, sinto-me incapaz, muito francamente, de responder à questão de saber se “o meio tem representação em S. Bento?”
Jakim
Já não se trata de mistura da política com o futebol. Isso já era mau. Isto a que se assiste é outra coisa bem diferente e, pior: Trata-se de um dos maiores ataques políticos à magistratura e aos Tribunais a que já se assistiu, vindo exactamente da casa que faz as Leis e que deve, por imposição da Constituição, afastar-se da sua aplicação.
Claro que ninguém é completamente simplório para acreditar que, de vez em quando, não haja tentações de um e de outro lado.
Mas este caso vai fazer história. Pela negativa e para descrédito dos intervenientes.
Só é pena que a vergonha não os aflija. É pena, mas não é surpresa!
Só me resta desejar que alguém, com conhecimento de causa, tenha a coragem de publicar os nomes dos intervenientes. Temos o direito de saber que são os não têm pejo de emporcalhar a casa da democracia.
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